Carga tributária é a maior em 12 anos, apesar de
promessa de Bolsonaro.
Crescimento para
33,9% do PIB foi observado sobretudo após elevação na arrecadação federal.
A carga tributária brasileira cresceu para
o equivalente a 33,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021, o maior
patamar em pelo menos 12 anos.
A elevação é registrada apesar da promessa feita
pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha de
2018 de uma redução gradativa de impostos.
O percentual é
resultado de um aumento superior a dois pontos percentuais em relação a 2020
(quando o número havia ficado em 31,7%) e foi impulsionado pela reversão
dos incentivos fiscais instaurados durante a
crise da Covid-19.
Os números fazem
parte de estimativas feitas pelo Tesouro Nacional com base no manual de
estatísticas do FMI (Fundo Monetário Internacional), sendo o
início da série em 2010.
O número oficial sobre a carga tributária costuma ser
divulgado pela Receita Federal no meio do ano.
Na divisão por esfera de governo, o maior
crescimento foi visto na cobrança de impostos do governo federal –que teve
crescimento de 1,53 ponto percentual (para 22,48% do PIB).
De acordo com o
Tesouro, o aumento na arrecadação federal é
resultado de fatores como a elevação de receitas com IRPJ (Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), resultando
em uma maior arrecadação sobre empresas.
Além disso, foram
obtidos mais recursos com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Nesse
caso, o crescimento é registrado após a alíquota ficar reduzida a zero em boa
parte de 2020 para mitigar os efeitos da crise da pandemia.
FOLHA DE SÃO PAULO