As recentes
transformações no segmento de previdência complementar vieram acompanhadas de
uma expectativa de redução gradual dos juros e, consequentemente, de uma
progressiva demanda por maiores rentabilidades. Este cenário faz com que o
investimento em renda variável ganhe destaque no segmento, uma vez que esta
classe de ativos proporciona maiores retornos, embora apresente maior risco
quando comparado com outras classes, e caracteriza-se como uma aplicação de
longo prazo, o que vai ao encontro dos objetivos da previdência.
Entretanto, a
população de um plano de benefícios é marcada por várias idiossincrasias,
tornando-se uma difícil tarefa a implementação de uma política de investimentos
uniforme, que atenda todas as expectativas e demandas dos participantes. Na prática,
por exemplo, a inclusão de um percentual em renda variável na composição da
carteira do plano, para todos os participantes, poderia desagradar aqueles mais
conservadores, que exigem a totalidade das suas aplicações em renda fixa. De
modo geral, ignorar as características dos participantes pode desmotivá-los a
utilizar a previdência como um veículo de poupança.
Diante deste cenário,
o oferecimento de um plano de previdência com distintos perfis de investimentos
pode ser considerado uma boa alternativa para torná-lo mais completo e atraente
aos olhos dos participantes. Contudo, é importante observar as duas faces dessa
moeda.
No Brasil, a criação
de perfis de investimento está se tornando uma prática cada vez mais comum, ao
passo que nos Estados Unidos e nos países da Europa os perfis já são amplamente
utilizados. O modelo é adotado para atender às diferentes necessidades dos
participantes sobre a maneira que é formada a sua reserva, o que leva em conta
fatores como idade, situação financeira e apetite ao risco.
Recentemente, uma
Pesquisa de Investimentos da Mercer, revelou que a maioria dos planos de
benefícios brasileiros ainda não oferecem perfis de investimento; e os planos
que já adotam esse mecanismo, em sua maioria, oferecem 3 opções de perfis
Os perfis de
investimento podem ser implantados em planos da modalidade de contribuição
definida (CD) ou contribuição variável (CV). Dentre as alternativas de
modelagem, existe o formato “Estilo de Vida”, que categoriza as carteiras de
ativos, como, por exemplo, em conservador, moderado e agressivo, e o formato “Target
Date”, mais conhecido no Brasil como “Ciclo de Vida”, que busca oferecer
aos participantes um investimento mais adequado ao seu perfil e idade sem que
ele precise tomar decisões acerca da alocação de ativos.
Se a Entidade avaliar
e entender que é interessante possuir perfis de investimento em seu plano de
benefícios, outras questões precisam ser pensadas! É importante ressaltar que a
implantação de perfis exige atenção especial por parte de todas as pessoas
envolvidas no processo. Abaixo listamos alguns pontos que devem ser observados
no seu planejamento!.
Estes fatores precisam
ser mapeados pela EFPC, uma vez que caracterizam riscos, tais como de imagem e
financeiro, e podem ser questionados futuramente, comprometendo o pagamento de
benefícios aos assistidos de forma eficiente, segura e sustentável.
Em síntese, ao longo
deste artigo foi apresentado, pontos positivos e negativos que devem ser
observados antes da implementação de perfis de investimentos. As questões aqui
tratadas devem ser analisadas de forma correta e minuciosa, uma vez que são
fatores determinantes para o futuro do plano de benefícios e de seus
participantes.
Se após a análise desse pontos a entidade entender
como viável a criação de perfis de investimento, é só partir para a efetiva
implementação.
Paloma Maria Benelli/Mercer Gama