GRUPO DE APOSENTADOS DA VARIG FICA INSATISFEITO COM ACORDO ENTRE UNIÃO E
MASSA FALIDA
A Associação dos Participantes e Beneficiários do Aerus (Aprus),
que representa aposentados da Varig, teme que os antigos funcionários da
empresa não sejam totalmente pagos com o acordo fechado entre a União e a massa
falida que vai levar ao pagamento de R$ 4,7 bilhões a partir de 2025.
Já
segundo a Advocacia Geral da União (AGU) é “zero” o risco de os trabalhadores
não receberem.
A
estimativa da Aprus é que 15 mil trabalhadores teriam cerca de R$ 2,1 bilhões a
receber.
A massa falida estima o pagamento de R$ 1 bilhão a 10 mil –
considerando que parte já foi paga e que eles receberão até 150 salários
mínimos, conforme previsão legal.
O administrador judicial da Varig, João Ricardo Viana, afirma
que o Aerus é composto, em sua maioria, por ex-pilotos, que teriam mais de 150
salários mínimos a receber – e pela lei de falências, a primeira classe a
receber inclui os créditos trabalhistas limitados a 150 salários mínimos por
credor – por isso a insatisfação do grupo.
Ainda segundo Viana, cerca de 4 mil
trabalhadores já receberam os valores devidos, por isso restariam os 10 mil que
receberão até R$ 150 salários mínimos e não 15 mil como estimados pela Aprus.
“Dentro da classe 1 todos serão atendidos”, afirma.
O
administrador afirma que a Varig ainda tem um débito tributário grande, em
torno de R$ 5 billhões, e parte poderá ser paga com o excedente desse acordo.
Parte da negociação com a União, segundo o administrador foi para não compensar
a dívida da União na ação tarifária com os tributos devidos.
“Se isso não
tivesse sido negociado não haveria dinheiro para pagar nada”, afirma.
Apesar do acordo
outras pendências judiciais mantêm a falência ativa.
O administrador judicial
afirma que ainda existem 2 mil ações trabalhistas sem decisão judicial e que
sem sua conclusão (trânsito em julgado) não serão inseridas no quadro de
credores.
Existem ainda 4 mil ações cíveis em diversas comarcas – tratam de
indenizações por perda de bagagem, por exemplo. “As ações precisam terminar
para concluirmos a falência.
É pouco provável que (os credores das ações
cíveis) irão receber mas os patronos não encerram as ações”, afirma.
Na outra
ponta, a empresa teriam ainda 40 ações de cobrança de devolução de ICMS pago a
maior, ainda sem o pagamento previsto, de acordo com o administrador.
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