INFLAÇÃO & JUROS 2


Mercado já trabalha com inflação dentro da meta em 2023

Após queda de preços divulgada nesta terça, economistas projetam IPCA abaixo do teto da meta de 4,75%

deflação de 0,08% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em junho faz com que o mercado já comece a prever a possibilidade de a inflação oficial voltar a encerrar o ano dentro da meta —o centro da meta para o ano é de 3,25%, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 

Ou seja, o indicador pode variar de 1,75% (piso da meta) a 4,75% (teto da meta).

No acumulado dos 12 meses encerrados em junho, a inflação está em 3,16%, com uma aceleração esperada para o segundo semestre.

Nos últimos dois anos, a inflação ficou acima da meta: em 2022, a alta de preços medida pelo IPCA fechou o ano com ganho acumulado de 5,79%, ante a meta de 3,5%; em 2021, foi de 10,06%, contra a meta de 3,75%.

Economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale ajustou de 4,9% para 4,7% a inflação medida pelo IPCA em 2023 após os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça. 

A estimativa corresponde a uma alta mensal em torno de 0,3% da inflação entre julho e dezembro.

"Temos uma chance bem elevada de a inflação encerrar o ano abaixo do teto da meta. Estamos caminhando para isso", diz Vale.

A safra agrícola recorde próxima de 300 milhões de toneladas no ano deve contribuir para diminuir a pressão dos preços dos alimentos, afirma o economista-chefe da MB Associados.

A inflação de alimentos, que roda atualmente ao redor de 4,6%, deve fechar o ano em torno de 2,2%, prevê Vale.

"A queda da inflação dos alimentos ficou muito tempo só no atacado, e agora que ela começa a chegar com mais intensidade no varejo", diz o especialista.



FOLHA DE SÃO PAULO
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