Governo diz que revisão de aposentadoria para incluir todos os salários
aumentaria filas no INSS.
STF julga processo sobre o recálculo;
se revisão for autorizada, custo aos cofres públicos seria de R$ 46 bi em 10
anos.
Em julgamento no
STF (Supremo Tribunal Federal), a revisão de aposentadorias considerando inclusive os
salários do trabalhador anteriores ao Plano Real atrasaria a
concessão de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),
segundo o Ministério da Economia.
De acordo com nota
técnica do governo, é "praticamente impossível automatizar cálculos"
caso a decisão seja por autorizar a contagem com base em todas contribuições
previdenciárias, incluindo as anteriores a julho de 1994.
A tese a favor do recálculo da aposentadoria,
mais conhecida como revisão da vida toda por causa dessa maior abrangência
temporal, pode gerar um custo adicional aos cofres públicos de R$ 46,4 bilhões
em dez anos, segundo estimativa da equipe econômica.
Até esta
quarta-feira (9), o placar estava quatro a três contra o recalculo. Os ministros Kassio Nunes
Marques, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram contra a
mudança no valor da aposentadoria, enquanto Marco Aurélio, Edson Fachin e
Cármen Lúcia foram favoráveis.
O julgamento ocorre
no plenário virtual e os outros ministros têm até sexta-feira (11) para
incluírem seus votos no sistema.
Num parecer, o
Ministério da Economia diz que há ausência de informações no sistema interno do
INSS e prevê que, se derrotado no STF, haverá considerável aumento dos
atendimentos na agência da Previdência Social, já que caberá ao segurado comprovar as contribuições pagas antes do Plano Real.
O Ministério da Economia pede que o entendimento do STJ seja derrubado e
não seja permitido o aumento nos valores da aposentadoria gerado pela revisão
da vida toda.
FOLHA DE SÃO PAULO