Banco volta atrás do retorno
integral ao escritório.
Depois
de exigir trabalho 100% presencial, BR Partners decidiu retomar o modelo
híbrido
Passada
a pandemia de Covid-19, que impôs novas rotinas
por causa do isolamento, agora as empresas se adequam a novos modelos de trabalho. O banco de investimentos BR Partners
é um exemplo.
A
empresa foi uma das primeiras que passaram a exigir o retorno integral dos funcionários ao
escritório, mas notou no meio do caminho que o modelo híbrido
poderia ser melhor.
Recentemente, o banco decidiu abrir um dia de home office
para a área de investment banking.
A
flexibilização ocorrerá primeiramente como um teste nesse departamento do
banco, enquanto a companhia estuda ampliar a medida para as demais áreas.
A
medida do BR Partners se dá na esteira da resistência de funcionários ao
retorno 100% presencial aos escritórios, enquanto diversas empresas tentam
abolir o home office.
Uma
pesquisa realizada entre abril e maio deste ano pelo Infojobs e pelo Grupo Top
RH mostra que mais de 85% dos profissionais que voltaram integralmente aos
escritórios trocariam de emprego caso encontrassem um trabalho que permitisse
cumprir jornadas em casa.
Esse
movimento no BR Partners começou justamente em setores que nunca voltaram 100%
presencial: aqueles mais ligados à tecnologia.
Diretor
de RH na Empiricus Investimentos, que faz parte do BTG Pactual, Thiago Veras
chama atenção para o fato de que há uma década, muito antes da pandemia, os
profissionais de tecnologia foram pioneiros e têm liderado um movimento
conhecido como "work from anywhere" (trabalhe de qualquer lugar, em
tradução livre).
Pela
natureza do trabalho e por ser um mercado com poucos profissionais
especializados e oferta de emprego em crescimento, esses colaboradores
conseguiram ter força para exigir a atividade remota bem antes da pandemia de
Covid-19.
"Houve
uma articulação desse grupo e, depois da pandemia, organicamente esse modelo de
trabalho foi se pulverizando para outras áreas. Não foi um movimento
organizado, mas fluido", diz Veras.
FOLHA DE SÃO PAULO