FGC


Revisão de regras após bancos usarem garantia como marketing

  • Presidente Daniel Lima diz que há consenso que incentivos precisam ser discutidos
  • Executivo afirma que o resgate vai custar 30% das reservas do FGC, mas que há tempo para discutir recomposição

Presidente do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o economista Daniel Lima disse à Folha que não é tão urgente um aporte adicional dos bancos ao fundo, mas defende mudanças na forma como a existência da garantia do fundo vem sendo usada por bancos na venda de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) a investidores.

Lima conduzirá o maior resgate da história do fundo, de R$ 41 bilhões, aos depositantes do Banco Master, liquidado pelo BC (Banco Central) na terça-feira (18). 

O FGC foi criado há 30 anos para a prevenção de crises bancárias sistêmicas e proteção de investidores.

O executivo apoia alterações nas regras para impedir que instituições vendam CDBs de alta remuneração (Certificação de Depósitos Bancários) usando como propaganda a garantia R$ 250 mil por CPF ou CNPJ do fundo. 

Ele alerta, no entanto, que é preciso aprofundar os estudos antes de qualquer mudança para avaliar efeitos colaterais.

De acordo com dados do FGC, o Master tem 1,6 milhão de credores com garantia a receber do FGC. 

A existência dessa espécie de seguro do fundo levou muitos investidores a não avaliarem o risco do banco de Daniel Vorcaro em si e comprarem CDBs que ofereciam uma remuneração acima da média de mercado, sem avaliar a qualidade do emissor.



FOLHA DE SÃO PAULO
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