Mercado volta a aumentar projeções de inflação para
2022 e 2023, mostra Focus.
Apesar de inflação
alta, houve leve melhora na conta para PIB deste ano.
A expectativa de
economistas para a alta dos preços ao consumidor neste ano e no próximo voltou
a subir, mostrou a pesquisa semanal Focus do Banco Central nesta segunda-feira (2),
embora o prognóstico para a atividade econômica em 2022 tenha melhorado
ligeiramente, mesmo diante do cenário inflacionário desafiador.
O IPCA deve avançar
7,89% neste ano e 4,10% em 2023, segundo as novas projeções, ante taxas de
7,65% e 4,00%, respectivamente, estimadas antes.
A previsão para 2022 emendou
sua 16ª alta seguida, enquanto a do ano que vem foi ajustada para cima pelo
quarto relatório consecutivo.
Ambas as contas
indicam que a inflação superará os centros dos
objetivos oficiais —que são de 3,50% para este ano e 3,25% para o próximo,
sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para
menos.
Num contexto de
deterioração sucessiva das expectativas de alta dos preços, o mercado manteve
estimativa da semana anterior de que o Banco Central elevará a taxa Selic, atualmente em 11,75%, a 12,75% em sua
reunião desta semana e a 13,25% até o final deste ano. Houve ajuste para cima
na projeção para o patamar dos juros ao fim de 2023, a 9,25%, de 9,00% antes.
Apesar da inflação
alta e da perspectiva de uma política monetária em níveis ainda mais
restritivos, houve leve melhora na conta para a expansão econômica em 2022.
Os
economistas consultados agora esperam que o PIB (Produto Interno Bruto) avance 0,70% neste
ano, contra taxa de 0,65% vista anteriormente. O prognóstico de 2023 foi
mantido em crescimento de 1,00%.
A pesquisa Focus
voltou a ser divulgada na segunda-feira —embora fora do horário normal, de 8h25
(de Brasília)— depois de ser retomada na terça passada ao fim de um hiato de
quase um mês, provocado por greve de servidores do Banco Central.
A greve, que
afetou a publicação de vários outros indicadores econômicos, chegou a ser
suspensa, mas será retomada na terça-feira (3), segundo o Sindicato
Nacional dos Funcionários do BC.
FOLHA DE SÃO PAULO