A intervenção da Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc) na Fundação CEEE encerrou nesta semana com a
posse dos novos dirigentes. O processo de intervenção durou 150 dias e foi
comandado por Roger Odillo Klafke. De acordo com a Previc, a intervenção na
Fundação CEEE foi devida ao descumprimento de normas estatutárias, e
fontes com conhecimento do caso revelaram que a composição do conselho
deliberativo não estava sendo cumprida de acordo com o próprio estatuto da
entidade.
A decisão pela intervenção desagradou o
ex-presidente da Fundação CEEE, Gerson Carrion, que, na época, criticou fortemente a medida
acusando o processo de ter caráter político, já que a principal patrocinadora
da fundação, o Grupo CEEE, vinha tentando colocar um indicado seu na
presidência do conselho deliberativo. Carrion acusa a Previc de ceder à pressão
do governo gaúcho, promovendo a intervenção para permitir a troca de comando na
diretoria e nos conselhos deliberativo e fiscal da fundação.
Já o secretário de Minas e Energia do Rio Grande do
Sul, Artur Lemos Júnior, disse que o governo gaúcho realmente solicitou à
Previc um monitoramento da atual composição da diretoria e conselhos da
fundação em virtude de irregularidades ocorridas nas últimas eleições do
conselho deliberativo, no final de 2015. Ele diz que antes da indicação da nova
gestão da patrocinadora, o presidente do conselho deliberativo na época
renunciou ao cargo, seu vice, Marco Adiles Moreira Garcia, assumiu e no mesmo
ano realizou novas eleições, sendo que sua função era apenas complementar o
mandato do presidente anterior.
Novos dirigentes - A partir da intervenção da Previc, a missão do interventor foi
destituir os conselhos e a diretoria e promover novas eleições de acordo com o
estatuto. Agora, com o fim da intervenção, quem assume a presidência do
conselho da entidade é Moacir José Grippa, funcionário de carreira do Grupo
CEEE desde 1972. Ele já foi membro do Conselho de Administração da CEEE e
presidente da Fundação CEEE e do Conselho de Curadores da entidade de fevereiro
de 1992 a fevereiro de 1995. O diretor-presidente da fundação nomeado foi
Rodrigo Sisnandes Pereira, que atuava como diretor de seguridade até o início
da intervenção, em agosto do ano passado.
O novo diretor de seguridade passa a ser Saul
Fernando Pedron, que assume seu primeiro cargo na Fundação CEEE. Ele também carreira
no Grupo CEEE de 1985 a 2014, na área de investimentos, elaboração orçamentária
e acompanhamento de financiamentos, e foi assistente executivo do diretor, de
2008 a 2011. Jeferson Luis Patta de Moura, eleito pelos participantes da
Fundação CEEE, assumiu a diretoria administrativa da entidade. Ele já havia
atuado como diretor de seguridade da fundação em 2008, indicado pelo Grupo
CEEE. Retornou como diretor eleito, em 2014, assumindo a diretoria
administrativa, sendo reeleito em 2016. A nova diretoria tem mandato com prazo
até junho de 2018.
Investidor Institucional