Apesar dos juros altos, incerteza fiscal mantém
gestores cautelosos.
Gastos do governo a
partir de 2023 impedem uma visão mais otimista de especialistas.
Apesar da
manutenção da taxa Selic no patamar elevado de 13,75% ao ano no mais recente encontro do
Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) e do retorno elevado
das aplicações financeiras, os gestores não têm demonstrado muito apetite pelos
títulos de renda fixa neste momento.
A incerteza sobre a
condução da política fiscal pelo governo Lula a partir de 2023 é o principal
ponto de atenção, que faz com que os agentes de mercado prefiram adotar uma
postura cautelosa, sem grandes apostas neste momento, mesmo diante do nível de
juro real acima da média da maior parte dos demais países.
Até porque, com a
expectativa dos investidores quanto a uma possível deterioração do quadro
fiscal em meio às discussões sobre a PEC da Transição do governo eleito, o
mercado já passa a apostar em novas altas de juros pelo BC em 2023 de
modo a controlar a inflação, podendo elevar ainda mais o nível de rentabilidade
das aplicações, mas com provável aumento também da volatilidade nos mercados.
FOLHA DE SÃO PAULO