Equipe do governo
recomenda a eleito igualar remuneração do funcionalismo à do setor privado
O governo Michel Temer alertou o governo de transição do presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL), para o forte impacto de altos salários sobre a
folha de pagamento do funcionalismo federal.
A atual equipe recomendou a adequação da remuneração do serviço público à
praticada pelo setor privado, além de adiar, para 2020, os reajustes
programados para 2019.
As medidas buscam conter o crescimento das remunerações
dos servidores nos próximos anos. Nas contas do governo, o aumento dos salários
do funcionalismo custará só no próximo ano R$ 4,7 bilhões aos cofres públicos
O
Ministério do Planejamento conduz atualmente um estudo com o objetivo de
"alinhar as remunerações pagas pelo setor público aos salários pagos pelo
setor privado".
Os dados e as
propostas constam do documento "Transição de Governo 2018-2019 -
Informações Estratégicas" e foram elaboradas pelo Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
No relatório
encaminhado aos colaboradores de Bolsonaro, o governo Temer informou que
"os altos níveis de gastos são impulsionados pelos altos salários", e
não pelo número excessivo de servidores.
"Isso se
verifica principalmente na esfera federal, na qual os salários são
significativamente mais altos que aqueles pagos a servidores dos governos
subnacionais, ou a trabalhadores em funções semelhantes no setor privado",
afirma o texto.
Pelos números
apresentados, o Poder Executivo federal dispunha, em julho de 2018, de
1.275.283 servidores, dos quais 634 mil ativos. No geral, os servidores
representam 24% dos empregos formais no país.
O relatório destaca,
porém, que as altas remunerações no serviço público preocupam muito mais do que
o número de servidores
FOLHA DE SÃO PAULO