Consumidor pode pagar mais R$ 3,6 bi na conta de
luz para evitar apagão.
ONS
afirma que capacidade de geração de energia pode chegar ao limite em novembro.
O consumidor poderá ter uma conta extra de mais R$
3,6 bilhões na conta de luz para evitar que o país sofra um apagão de energia.
Na última quinta (22), o ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico) acendeu um novo alerta com uma nota técnica sobre
os desafios frente ao cenário de grave crise hídrica nos reservatórios de
hidrelétricas, sinalizando que a capacidade de geração de energia no país
poderá ser levada ao seu limite.
Se a crise continuar tão grave quanto agora, o ONS
prevê que praticamente todos os recursos das hidrelétricas se esgotem até
novembro.
Apesar de não
ver ainda riscos de desabastecimento, o operador indica que as
"sobras" de potência — necessárias para atender eventuais picos de
demanda ou garantir a estabilidade do sistema mesmo em casos de falhas
eventuais na oferta— poderão se esgotar no penúltimo mês do ano.
Para manter os reservatórios e o fornecimento de
energia, foram gastos de janeiro a maio R$ 3,632 bilhões, ou cerca de R$ 726,4
milhões mensais, com o acionamento de usinas térmicas mais caras (fora da
chamada ordem de mérito de custo) e poluentes.
Esse valor é repassado ao
consumidor nas bandeiras tarifárias, acionadas quando a produção de energia
encarece.
O sinal vermelho foi ligado após o ONS elevar a
previsão de carga e considerar uma menor e mais "realista"
disponibilidade térmica para atender a demanda de energia, conforme a nota
técnica.
O cenário, segundo o ONS, "resulta em uma
degradação dos níveis de armazenamento ao final do período seco quando
comparado com os resultados do estudo prospectivo anterior, em especial dos
subsistemas Sul e Nordeste".
FOLHA DE SÃO PAULO