Operação Abismo
investiga supostas fraudes em fundo de previdência do município de Cabo de
Santo Agostinho (PE)
A presidente da corretora Gradual Investimentos, Fernanda de
Lima, o diretor de operações da corretora e marido de Fernanda, Gabriel Gouvea,
foram presos novamente pela Polícia Federal, desta vez na Operação Abismo.
Deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (19), a operação
investiga fraude no Caboprev, instituto de previdência dos servidores do
município de Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana de Recife.
Procurado, o
advogado do casal, Euro Bento Maciel Filho, confirmou que a prisão ocorreu na
manhã de sexta-feira. Ele afirmou que a detenção é desnecessária, fora de
contexto e que Fernanda e Gabriel desconhecem o caso.
No âmbito da
operação, agentes da PF cumpriram 64 ordens judiciais, sendo 42 mandados de
busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão
temporária nos estados de Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba,
Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. O caso corre em segredo de Justiça.
Entre os detidos
está o prefeito do Cabo, Luiz Cabral de Oliveira Filho, conhecido como Lula
Cabral. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do município.
Ao G1, o município
afirmou, por meio de nota, que "o prefeito já prestou esclarecimentos à Polícia e está solícito
a colaborar com as investigações, estando sempre à disposição da Justiça".
As investigações
da Operação Abismo, que tiveram início em março de 2018, apuraram que foram
transferidos R$ 92,5 milhões do instituto para fundos de investimento compostos
por ativos podres, sem lastro e com grande probabilidade de inadimplência
futura.
Em julho,
Fernanda, Gabriel e outros dois funcionários da Gradual viraram réus na Justiça
de São Paulo sob acusação de gestão fraudulenta e desvios de R$ 20 milhões. A
denúncia foi resultado de investigação no âmbito da Operação Encilhamento, que apurou
suposto envolvimento de corretoras em fraudes com fundos de pensão municipais.
O Banco Central
decretou liquidação extrajudicial da corretora em 22 de maio.
FOLHA DE SÃO PAULO