O diagnóstico do nosso
problema não é complicado. A previdência (servidores públicos e INSS) consome
hoje 13% do PIB brasileiro, o que é uma enormidade para um país que não completou
sua transição demográfica, escreve Hélio Schwartsman, em sua coluna de ontem.
Por aqui, os idosos (65 anos
ou mais) são pouco mais de 10% da população economicamente ativa (PEA), mas já
estamos gastando a mesma fatia do PIB que países como Japão, Suécia e Suíça,
onde os velhos são 30% da PEA.
O vetor da reforma,
portanto, é inequívoco: precisamos gastar muito menos. Isso implica as pessoas
receberam menos ou trabalharem por mais tempo, ou combinação menos agressiva
dos dois. Não há mágica que permita manter intactos todos os direitos
previdenciários e gastar menos.
A maiores distorções estão
no regime dos servidores públicos, que permitirá, ainda por vários anos,
aposentadorias integrais de até R$ 30 mil.
Lamentavelmente, como os
sindicatos de servidores integram a base de muitas legenda de esquerda, é
improvável que elas venham a defender uma reforma de Previdência que elimine os
privilégios.
Folha