Embora o governo afirme que vem
reduzindo a espera por benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social), dados apontam que o número de pedidos
respondidos pelo órgão entrou em trajetória de queda nos últimos
meses.
Como resultado, a fila de requerimentos em atraso voltou a subir.
Os números repassados pelo INSS em
resposta a um pedido feito via LAI (Lei de Acesso à Informação) mostram ainda
que os mais prejudicados são aqueles que buscam aposentadoria ou benefícios para idosos e deficientes em situação de
miséria.
O total de solicitações analisadas ao
mês pelo órgão, que alcançou quase 1,1 milhão em setembro passado, voltou a
desacelerar, indo a 987 mil em outubro, 830 mil em novembro e 763 mil em
dezembro.
Os
números indicam que o recuo na velocidade de atendimento fez a fila empacar.
Depois de atingir pico de 1,7 milhão em julho de
2018, o estoque de requerimentos em atraso vinha diminuindo gradualmente, até
chegar a 1,34 milhão em dezembro.
Em janeiro, porém, a fila ficou em nível
semelhante, registrando leve crescimento, para 1,38 milhão de pedidos com
espera superior aos 45 dias previstos em lei.
Procurado,
o INSS respondeu que a fila segue em número superior ao esperado, pois ainda
não conseguiu concluir o estoque de requerimentos criado nos últimos anos.
Segundo o INSS, a variação na quantidade de
processos analisados nos últimos meses do ano é natural e ocorre por fatores
sazonais.
No entanto, ressalta que a fila foi reduzida na comparação com meados
de 2019.
A demora para analisar os pedidos
está ligada à redução de servidores no órgão, que caiu de
32,3 mil, em 2017, para 23 mil no ano passado.
Até o momento, foram feitas duas
tentativas frustradas de força-tarefa para zerar o estoque represado —uma em
2018 e outra agosto de 2019.
O foco foi o aumento da
produtividade dos servidores ativos.