'A era dos matemáticos chegou': por que universidades e empresas
disputam profissionais no Brasil.
Carreira tem
crescimento previsto de 30% na próxima década nos EUA; indústria de tecnologia
é responsável por boa parte da demanda.
Quatro anos depois se formar em matemática
aplicada, Fernanda Scovino ainda frequenta a faculdade onde estudou, a Fundação
Getúlio Vargas (FGV), mas não como aluna — ela vai agora em busca de
novos talentos para suas equipes.
Ela lidera aos 25 anos uma equipe de seis
analistas de dados na Prefeitura do Rio de Janeiro, e tem uma ONG, a Base de Dados, que
reúne e facilita o acesso a uma série de informações.
"Quando
eu estudava, as empresas promoviam visitas aos seus escritórios, éramos
muito abordados por bancos, consultorias, startups e empresas de tecnologia", ela acrescenta.
A professora conta que as empresas chegam a
recrutar estudantes até mesmo do segundo ano, quando eles nem sabem o básico da
profissão.
"O índice de empregabilidade dos
alunos é 100%, e o crescimento na carreira tem sido
aceleradíssimo", diz Aronna.
O mercado está mesmo aquecido para quem domina
matemática e em áreas afins — como estatística, ciência de dados, computação e
algoritmos.
Essas pessoas são valorizadas porque têm
habilidades que vão muito além de fazer cálculos e contas difíceis.
Elas desenvolvem também uma capacidade de
pensar problemas de forma abstrata e sair em busca de soluções.
Mas o número de pessoas que formam nestas
áreas no Brasil não parece estar dando conta da demanda.
A Associação Brasileira das Empresas de
Tecnologia da Informação e Comunicação, um setor onde vão trabalhar muitos
destes profissionais, calcula, por exemplo, que são criadas quase 160 mil novas
vagas por ano.
Mas só se formam a cada ano 53 mil
com as habilidades que as empresas buscam, pelas contas da associação —
ou seja, há em torno de três vagas para cada novo profissional.
O salário
gira na casa de R$ 6 mil por mês, quase quatro vezes a média nacional, de R$ 1,6
mil.
G1