A
Brasilprev registrou lucro líquido de R$ 1,009 bilhão em 2016, alta de 17,2% em
comparação ao ano anterior (R$ 860,8 milhões). O resultado foi sustentado pelo
crescimento de 25,8% nas receitas com taxas de gestão (de R$ 1,555 bilhões para
R$ 1,957 bilhões).
No quarto
trimestre do ano passado, o aumento foi de 27,5% no ganho líquido em relação
aos últimos três meses de 2015 (de R$ 209 milhões para R$ 267 milhões).
No
período, as receitas com taxas de gestão cresceram 25,3% (de R$ 529 milhões
para R$ 422 milhões).
De acordo
com Nelson Katz, diretor de planejamento e controle da Brasilprev, a estratégia
de conseguir novos entrantes e de posicionar novos produtos aos clientes de
longa data tem impulsionado a companhia de previdência.
“Alcançamos
40,5% do share em ativos e 30,9% do total de mercado. Esperamos continuar com
os bons resultados, principalmente conforme o andamento sobre os atuais debates
ao redor da previdência”, afirma.
A expectativa
sobre a reforma previdenciária do governo é de que, apesar da discussão sobre
algumas alterações, a proposta ainda vá para votação da Câmara dos Deputados em
abril.
Nesse
sentido, porém, a demora, não apenas para implementação das medidas como também
para os reflexos positivos na economia, deve impulsionar o segmento fechado.
“As
conversas sobre a reforma precisam acontecer, mas as pessoas precisam de
mudanças”, avalia Katz.
Ele ainda
destaca que, exatamente pela incerteza sobre a aplicação da reforma até mesmo
pelo atual governo, as pessoas começam a tomar uma maior “consciência”. “Por
isso, a tendência é que a busca por uma alternativa que garanta a renda futura
já começa a incentivar a poupança de longo prazo [no País]”, identifica o
diretor da Brasilprev.
Ampliação
de portfolio
Outro
fator importante para o segmento, por outro lado, são as mudanças propostas
pela resolução 4.444, que dá mais liberdade para os fundos de previdência
privada aplicarem seus recursos e aumentarem sua diversificação.
Dentre as
mudanças, estão a possibilidade de os fundos abertos (VGBL e PGBL) apliquem até
10% no exterior; a flexibilização dos limites nas aplicações dos Exchance
Traded Funds (ETFs) – que acompanham índices de ações ou de preços de
mercadorias e que têm cotas negociadas em bolsas – e um novo limite para as
operações compromissadas.
A
resolução já foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em novembro de
2015, mas ainda está à espera de uma regulação.
De acordo
com o diretor da Brasilprev, Nelson Katz, a regulação deverá ampliar o
portfolio de produtos.
“A
expectativa é que a nova regulamentação saia ainda este ano. Com isso, nós
ampliaremos os limites e as classes de ativos, diversificando nossos produtos e
aumentando nossas carteiras, atuando com diferentes perfis de clientes”, avalia
o executivo.
Além
disso, ele reforça que, apesar de a maior parte da demanda ser para renda fixa,
as novas regras também devem ter reflexos positivos conforme a melhora da
economia.
“A
concretização de um cenário mais favorável, com queda da taxa de juros e do
desemprego, deverá ampliar a participação em planos relativos a risco,
exatamente pelo retorno mais adequado ao esperado. Assim, tanto derivativos
quanto multimercados devem ver um aumento de procura”, completa Katz.
Segmento
empresarial
Ainda em
relação às perspectivas de crescimento, o mercado de previdência complementar
também tem trabalhado com a possibilidade de trazer propostas mais atrativas
para o segmento empresarial.
O intuito
seria diversificar para as companhias de lucro simples e presumido os mesmos
descontos à contribuição do INSS pago pelas empresas de lucro real que fazem
contribuição previdenciária.
Segundo Katz, a área corresponde a 17,4% do total
arrecadado. “É um setor que tem um grande espaço para continuar crescendo e que
deve se destacar caso esses planos se estruturem. É a solução mais eficiente”,
conclui o executivo.
Revista JRS