Governo costura apoio para reforma tributária no
Congresso.
Construção de
ambiente favorável à agenda passa por definição das mesas que comandarão
Legislativo.
O ministro da
Fazenda, Fernando Haddad (PT), deu início às
articulações políticas para abrir caminho ao avanço da reforma tributária no Congresso
Nacional ainda no primeiro semestre, como sinalizado pela equipe econômica.
A construção de um
ambiente favorável a essa agenda passa pela nova composição das mesas do
Legislativo, cuja eleição ocorrerá em 1º de fevereiro.
O PT já costurou
apoio à reeleição do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas agora outros
partidos da chamada frente ampla se movimentam na mesma direção.
O MDB é um dos que
podem apoiar a recondução de Lira na expectativa de obter o compromisso do
presidente da Casa com o avanço da agenda da reforma tributária —tema prioritário para o partido.
A PEC (proposta de
emenda à Constituição) 45 é de autoria do deputado federal Baleia Rossi
(MDB-SP), presidente nacional da legenda.
A proposta unifica uma série de
tributos sobre o consumo, como PIS/Cofins e IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) e tem hoje a preferência de Haddad nas discussões.
A pauta da reforma
tributária também foi uma das principais bandeiras de campanha presidencial
de Simone Tebet (MDB), hoje ministra do
Planejamento e Orçamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que deve
se colocar nas discussões da medida para tentar reduzir resistências no
Congresso, ambiente no qual tem experiência como ex-senadora.
PROPOSTAS MAIS AVANÇADAS NO CONGRESSO
1) PEC 45 - relatório deputado Aguinaldo Ribeiro
- Substitui cinco tributos (PIS, Cofins, IPI,
ICMS e ISS) por um Imposto sobre Bens e Serviços e um Imposto Seletivo
sobre cigarros e bebidas alcoólicas
- Transição de seis anos em duas fases, uma federal
e outra com ICMS e ISS
- Substitui a desoneração da cesta básica pela
devolução de imposto para famílias de menor renda
2) PEC 110 - relatório senador Roberto Rocha
- Criação da CBS (Contribuição sobre Bens e
Serviços) com fusão do PIS e Cofins
- Criação do IBS (Imposto sobre Bens e
Serviços), com fusão do ICMS e ISS
- Substitui IPI por um imposto seletivo sobre
itens prejudiciais à saúde e meio ambiente
- Criação do Fundo de Desenvolvimento Regional,
abastecido com recursos do IBS
- Restituição de tributos a famílias de baixa
renda
FOLHA DE SÃO PAULO