INFLAÇÃO 1


'Troquei casa própria por aluguel para poupar gasolina': como inflação alta tem mudado hábitos do brasileiro.

Cenário de preços altos e renda comprimida obrigou população a se reinventar.

O aumento generalizado de preços fez desaparecer a carne da mesa dos brasileiros e levou muita gente a fazer pesquisa de preço no supermercado.

O impacto da inflação alta, contudo, vai muito além da cozinha.

Com o aumento dos custos, algumas famílias se veem sem alternativa a não ser cancelar o plano de saúde.

 Outras têm organizado compras coletivas para economizar nos gastos com material escolar dos filhos e muitas têm evitado sair de casa, seja por conta dos preços salgados dos restaurantes ou o custo do combustível.

Essas são algumas das histórias que a reportagem da BBC News Brasil ouviu de brasileiros em diferentes regiões e dão dimensão do que está por trás das estatísticas —não só de inflação, mas também de desemprego, endividamento e comprometimento da renda. 

Cenário que não deve mudar consideravelmente em 2022, dada a expectativa de inflação ainda alta (mesmo que desacelerando) e estagnação da economia.

Os mais prejudicados são os mais pobres, mas a classe média também sente o impacto —e cada vez mais. 

Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que calcula a inflação por faixa de renda, mostram que esse foi o grupo que enfrentou o índice mais elevado de inflação em 2021, entre 10,26% (média) e 10,4% (média-baixa).

Ainda que mais alto, ele ficou próximo daquele que experimentaram os mais pobres, também acima dos 10% —cenário bem diferente de 2020, quando o aumento significativo dos preços dos alimentos fez disparar a inflação principalmente para as famílias de baixa renda.

O aumento do preço do combustível foi o que mais pesou no bolso da classe média no ano passado.



BBC NEWS BRASIL
Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br