Lula defende usar Banco do Brics para contornar
dólar no comércio.
Em sua posse na
instituição, Dilma Rousseff projeta ampliar transações nas moedas dos próprios
países do bloco.
O presidente Lula
defendeu, na cerimônia de posse de Dilma Rousseff no Banco do
Brics (Novo Banco de Desenvolvimento, NDB na sigla em inglês),
a ampliação do comércio nas próprias moedas pelos integrantes da instituição —e
até mesmo uma moeda do grupo Brics.
"Por que não
podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda?", perguntou ele,
sob aplausos, ao deixar o discurso escrito e improvisar.
"Quem é que
decidiu que era o dólar? Nós precisamos ter uma moeda que
transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país
precisa correr atrás de dólar para exportar."
Admitiu que "é
difícil, porque tem gente mal acostumada", mas também é necessário não
apressar a mudança, voltando-se para Dilma e sugerindo que ela aprenda com a
"paciência" da China.
"Por que o
Brics não pode ter uma moeda que possa financiar a relação comercial entre
Brasil e China, entre o Brasil e os outros países?", perguntou.
"Eu
acho que o século 21 pode nos ajudar, quem sabe, a fazer as coisas [de maneira]
diferente."
Defendeu o NDB como
uma alternativa ao FMI (Fundo Monetário
Internacional), para que os investimentos internacionais não resultem na
transferência de comando da política econômica dos países em desenvolvimento.
FOLHA DE SÃO PAULO