Começo
de ano é sempre um bom momento para organizar o orçamento pessoal, ainda mais
em tempos de crise econômica. Para ajudar nessa tarefa, o mercado disponibiliza
hoje diversos aplicativos de finanças. Orçamento Diário, GuiaBolso, Minhas
Economias, Mobills e Organizze são apenas algumas das opções que substituem as
antigas planilhas feitas à mão ou no computador por modernos dispositivos.
Tendo
em vista a grande oferta, se decidir pelo melhor produto pode parecer tarefa
complexa. Para acertar na escolha, contudo, é preciso saber identificar antes
de mais nada o desejo que se tem. “O primeiro passo é avaliar se o app é fácil
de utilizar; depois, se eu consigo alimentá-lo com as minhas informações”,
explica o professor de Finanças da Escola de Negócios da USCS - Universidade
Municipal de São Caetano do Sul, Nivaldo Cândido de Oliveira Júnior.
O
especialista diz que cada um deve entender seu próprio padrão de comportamento
– seus consumos, necessidades e metas. “Se eu sou uma pessoa controlada,
se tenho aplicação financeira, se avalio os indicadores financeiros,
então posso partir para um aplicativo mais sofisticado. Porém se sou alguém
mais ... avoado, algo mais simples será suficiente.”
Os jovens integram
o grupo que costuma se empolgar mais com a ideia de utilizar esse tipo de
tecnologia. Natural, uma vez que os mais velhos não fazem parte da geração
internet e costumam ter certa resistência, claro, com algumas exceções. “Em
linhas gerais, o fator idade influencia bastante. Os mais novos têm mais
afinidade com a ferramenta. Nesse sentido, os aplicativos servem de incentivo
para que esse grupo passe a se preocupar mais com a questão financeira. Por
outro lado, os jovens tendem a ser mais agressivos e podem não dar, às questões
financeiras, a atenção devida. Podem, por exemplo, não pensar em poupar para a
aposentadoria, uma vez que essa realidade está muito distante. Embora saibam
usar o app, a volúpia da idade pode ser um problema no que diz respeito à saúde
orçamentária”, pondera Cândido de Oliveira.
A tendência é que os apps se tornem cada vez mais amigáveis, fáceis e
acessíveis para todos – jovens e nem tão jovens assim. Entretanto, antes de
baixá-los, é preciso ter consciência de que eles só serão eficazes se os
usuários estabelecerem o “aplicativo interno”, como chama o professor. “É
necessário partir de uma linha de educação financeira, entender e valorizar o
conceito de Valor do Dinheiro no Tempo, conscientizar-se da necessidade em se
controlar as contas, anotar todas as despesas – até as gorjetas, por exemplo -
e estar atento ao saldo bancário, verificando com frequência.”
Diário OnLine | Marília Montich