Reforma da Previdência 3


O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (11) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve ter "um senso político superior" ao dele quando decidiu antecipar o debate sobre a simplificação tributária, mas avalia que isso pode prejudicar a aprovação da reforma da Previdência no Congresso.

Durante conversa com jornalistas em Washington, onde participa de uma série de encontros no FMI (Fundo Monetário Internacional), o ministro tentou dividir com Maia o ônus caso o Legislativo não dê aval para as mudanças na aposentadoria até o fim do primeiro semestre.

"Ele [Maia] pode até estar, por um senso político superior qualquer que eu não esteja enxergando, falando assim: 'vou lançar a reforma tributária também. Tenho medo de começar a lançar uma, duas, três e perder o foco da principal, que é a Previdenciária, e depois não sai nenhuma", afirmou o ministro.

"E aí é muito ruim para o Brasil. Vai ser muito ruim para ele, como presidente da Câmara, muito ruim para o presidente da República [Jair Bolsonaro], e muito ruim para mim, como ministro da economia".

O ministro disse ainda que não entende muito de política, mas avalia que seria interessante para os parlamentares focarem na Previdência agora e, depois de resolvê-la, centrarem fogo nas outras pautas de interesse deles. 

Guedes ponderou que a aproximação da eleição municipal do ano que vem prejudica a votação de pautas consideradas impopulares —como as mudanças no sistema de aposentadoria.

"Acho que seria de pouca inteligência política ficar um ano e meio discutindo a reforma da Previdência, porque todos sabem da urgência e necessidade dela".



FOLHA DE SÃO PAULO
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