Em crise, planos de saúde renegociam pagamentos
e buscam formas de diminuir uso.
Setor teve prejuízo
operacional de R$ 11,5 bilhões em 2022, o maior em 20 anos.
. O setor de planos de saúde saiu da pandemia com as
contas em crise, situação que ainda persiste. Em 2022, houve prejuízo
operacional de R$ 11,5 bilhões.
É o pior resultado desde o começo da série
histórica em 2001.
O resultado
operacional se refere apenas aos valores obtidos com os serviços de saúde em
si. No resultado geral, que considera também ganhos com operações financeiras e
outros itens, as operadoras tiveram lucro líquido de R$ 2,5 milhões.
O valor
representa 0,001% das receitas totais, que somaram R$ 237,6 bilhões.
Entre 2021 e 2022,
as receitas dos planos de saúde cresceram 5,6%, enquanto as despesas aumentaram
11,1%, segundo dados da Fenasaúde, entidade que representa os planos.
Um dos principais
indicadores do setor, o índice de sinistralidade chegou a 89,21% no quarto
trimestre.
Isso indica que a cada R$ 100 da receita dos planos, R$ 89,21 foram
destinados ao pagamento de despesas assistenciais com consultas e exames.
Com falta de caixa,
as operadoras passaram a renegociar e atrasar pagamentos com os hospitais e
prestadores de serviço.
A crise deve gerar aumento de preços aos pacientes, mas
há temor de que fortes altas acabem por fazer clientes desistirem dos planos ou
optarem por versões mais baratas.
FOLHA DE SÃO PAULO