33 milhões de pessoas passam fome no Brasil
atualmente, aponta pesquisa.
Situação no país
retrocedeu para o mesmo patamar de 30 anos atrás; 6 em cada 10 convivem com
insegurança alimentar hoje
O ano de 2022 marca
o retrocesso da segurança alimentar no
Brasil ao mesmo patamar de fome de quase 30 anos atrás.
Atualmente, 33
milhões de pessoas passam fome no país, segundo resultado de uma nova pesquisa
sobre o tema divulgada nesta quarta (8).
Em 1993, eram 32 milhões de pessoas
nessa situação, segundo dados semelhantes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) —a população brasileira então era 35% menor que a de hoje.
Naquele ano, o sociólogo Herbert de Souza, o
Betinho, lançou a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, a
primeira grande campanha nacional da sociedade civil sobre o assunto.
O levantamento
divulgado nesta quarta, chamado 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança
Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, foi feito pela Rede
Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e
Nutricional) e executado pelo Instituto Vox Populi.
A margem de erro é de 0,9
pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa mostrou
que 6 a cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar.
São 125,2 milhões de pessoas nesta situação, o que representa um aumento de
7,2% desde 2020 e de 60% na comparação com 2018.
De acordo com a
pesquisa, em 2022, 1 de cada 3 brasileiros já fez alguma coisa que lhe causou
vergonha, tristeza ou constrangimento para conseguir alimento.
Esses novos
indicadores da segurança alimentar apontam que 41% da população tem acesso
estável a alimento em quantidade e qualidade adequados, índice que é superior
entre brancos (53,2%) e inferior entre pretos e pardos (35%).
FOLHA DE SÃO PAULO