Os
fundos de pensão alcançaram uma rentabilidade de 4,24% no primeiro semestre,
ficando pouco abaixo da taxa de juros padrão (TJP) - meta atuarial do setor,
calculada em 4,44% nos seis primeiros meses do ano. Os dados foram apresentados
durante o 38° Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada,
promovido entre os dias 4 e 6 de outubro em São Paulo pela Associação
Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
Renda
fixa ainda predomina a carteira das fundações, representando 74,1% dos
investimentos, enquanto renda variável totalizou 16,9% das aplicações. A
rentabilidade também foi maior em renda fixa, fechando o semestre em 4,92%
contra 2,14% da renda variável. De acordo com o presidente da associação, Luís
Ricardo Martins, o sistema está sólido, contando com mais de R$ 800 bilhões em
ativos. Contudo, para que a rentabilidade cresça diante de um cenário de queda
de juros, os gestores precisam tomar mais risco.
Martins
mencionou que as regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) baseadas na
Resolução 3792 e que regula os investimentos de fundos de pensão estão passando
por alterações justamente no sentido de dar aos fundos de pensão maior
possibilidade de investir em ativos de risco. Contudo, o próprio sistema
precisa tirar algumas barreiras da frente para sair da renda fixa. "Uma
delas é a resistência aos investimentos em fundos de participações, os FIPs. É
um veículo importante, que precisa passar por aprimoramento, mas que não pode
ser deixado de lado por conta de alguns casos pontuais que vimos de problemas
no sistema?", destacou Martins durante coletiva de imprensa concedida esta
manhã pela Abrapp. Para ele, uma maneira de coibir que esse tipo de veículo
seja utilizado para realização de investimentos mal intencionados é a punição
aos gestores. "Nós do sistema Abrapp incentivamos a capacitação de
dirigentes justamente para evitar que caso assim ocorram. Trabalhamos para
blindar a governança das entidades", disse Luís Ricardo Martins
Investidor Institucional Online