Rubens Penha Cysne, professor da EPGE, escreve artigo onde trata do alheamento de muitos jovens das discussões que envolvem a reforma da Previdência.
Ele diz, por exemplo, que são principalmente os mais jovens que pagarão, no futuro, como contribuintes, a conta das aposentadorias e pensões agora decididas. Ocorre que os mais jovens, parte porque ainda não votam e parte porque ainda nem ao menos nasceram, são sempre sub-representados nas decisões democráticas com efeitos de longo prazo.
E, não raro, no caso específico da Previdência, desconhecem que as aposentadorias decididas hoje terão impacto direto sobre a sua renda líquida (após o pagamento da contribuição beneficiária) a ser recebida no futuro.
Pesquisa recente publicada na mídia nacional mostra que 43% dos mais jovens declaram não ter conhecimento suficiente sobre o assunto de reforma da Previdência.
Diz ser preciso melhor informar e mobilizar os mais jovens, no caso, a favor de si mesmos. Se convencidos da necessidade de reduzir os encargos que se lhes impõem para o futuro, dispõem esses de redes de informação que podem influenciar fortemente o processo legislativo.
Os mais jovens precisam estar cientes de que, na ausência de reformas, se a razão contribuintes/beneficiários se reduz à quase metade ao longo do tempo, a alíquota previdenciária efetiva sobre a renda tende a dobrar nas próximas gerações. Isto é o que está ocorrendo no Brasil, em função do envelhecimento da população. E, mais ainda, precisam estar informados que são eles os candidatos a pagarem tais alíquotas.
VALOR ECONÔMICO