Hotéis e sites de locação temporária apostam no
trabalho híbrido.
Rede
transforma parte dos quartos em escritórios; movimento ainda não voltou ao
pré-pandemia.
A gerente de operações Priscilla Sun, 30, acaba de
se mudar pela oitava vez desde o início da pandemia.
Entre moradias temporárias
desde que deixou sua casa, em Belo Horizonte, ela passou por seis estados
e trocou o emprego em uma empresa de
tecnologia mineira pelo trabalho remoto para uma companhia do Vale do Silício,
nos Estados Unidos.
Seja por meio dos profissionais nômades —que conseguem
manter o emprego mudando de cidade em cidade—, seja por meio dos trabalhadores
que foram para cidades menores durante a quarentena e agora têm de voltar aos
grandes centros por alguns dias, com a volta parcial ao escritório, hotéis,
empresas de locação temporária e flats têm tentado recuperar as perdas da
pandemia e se inserir nas novas rotinas de trabalho.
Na rede Accor, que detém os hotéis Ibis, por
exemplo, parte dos quartos foi transformada em escritório para profissionais
que trabalham remotamente, e o grupo passou a ofertar no Brasil em janeiro o
Wojo Spot, sistema em que o consumidor pode usar a conexão de internet
gratuitamente nas áreas comuns dos hotéis (lobby, bares e restaurantes), mesmo
sem estar hospedado.
Um dos segmentos mais afetados pelas medidas de
distanciamento impostas pela pandemia, o setor hoteleiro tenta se reerguer.
Após a forte queda causada pela pandemia, iniciada em março de 2020, a taxa de ocupação de hotéis em São Paulo
foi crescendo ao longo do ano passado, apenas registrando alguns repiques, que
coincidiam com o aumento de casos pelas novas variantes do coronavírus, segundo
pesquisa do Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil).
Reportagem recente do jornal The New York Times
mostrou que um movimento semelhante está ocorrendo nos Estados Unidos e na
Europa, em que grandes redes de hotelaria têm promovido descontos e tarifas
especiais para o trabalhador híbrido.
Desde o segundo semestre do ano passado, a Nomah,
startup de locação flexível, também tem notado uma volta da demanda por hospedagem durante a semana.
Em 2022, a tendência é de aumento de preços, represados durante a pandemia.
FOLHA DE SÃO PAULO