A
pressão demográfica sobre a China vem aumentando, alerta a revista britânica
The Economist.
O próximo ano testemunhará uma conquista indesejada: a
média de idade dos chineses vai superar a dos americanos em 2020, segundo
projeções. Ao mesmo tempo, a renda média da China é de cerca de um quarto
daquela dos Estados Unidos.
Um medo muito evocado no país – de que a China vá
envelhecer antes de se tornar rica – não é mais uma possibilidade teórica, mas
uma realidade que se aproxima rapidamente.
Um desafio do qual, aliás,o texto
que estamos resumindo não diz mas o Brasil não está livre
Segundo
uma projeção das Nações Unidas, nos próximos 25 anos a porcentagem da população
chinesa acima de 65 anos vai dobrar, de 12% para 25%.
Em contraste, os Estados
Unidos vão levar um século para chegar a esse porcentual, e a Europa, mais de
60 anos.
O ritmo de envelhecimento da China é semelhante ao do Japão e só um
pouco mais lento que o da Coreia do Sul.
Ocorre que quando esses dois países
começaram a envelhecer rapidamente sua renda per capita já era três vezes maior
que a chinesa.
Visto
por outro ângulo, o envelhecimento da China é um sucesso do desenvolvimento.
Um
chinês nascido em 1960 podia esperar viver apenas 44 anos, menos que um ganense
nascido no mesmo ano. Hoje, a expectativa de vida para os bebês chineses é de
76 anos, pouco menos que a dos bebês americanos.
O
impacto econômico se fará sentir no futuro na falta de mão de obra para
embalar o crescimento da economia e, num horizonte de tempo menor em
dificuldades para financiar a Previdência.
O pagamento de aposentadorias supera as
contribuições de trabalhadores para a previdência desde 2014.
Segundo a
Academia Chinesa de Ciências Sociais, o fundo nacional de previdência estará
sem dinheiro por volta de 2035.
O Ministério das Finanças vem tomando medidas
pontuais para escorar o sistema: em setembro, transferiu 10% de suas ações em
quatro empresas financeiras estatais gigantes para o fundo. Mas é preciso muito
mais.
O gasto governamental com aposentadorias e saúde é de cerca de um décimo
do PIB, pouco mais da metade do que é usual em países mais ricos e de população
mais velha – eles mesmos forçados a gastar mais à medida que a população
envelhece.
0 ESTADO DE SÃO PAULO