Empresas lucram com suas causas, que vão de
inclusão digital a alimentação natural.
Confundido
com ONG, negócio de impacto precisa ser gerido como outro qualquer.
Aos poucos, crescem no Brasil os negócios de impacto, que são
aqueles que se propõem a gerar benefícios à vida das pessoas e ao planeta, além
do retorno financeiro.
O conceito ainda é novo no país e, por isso, mal
compreendido, adverte Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia,
organização sem fins lucrativos de fomento de negócios de impacto social no
Brasil.
“Muita gente acha que eles funcionam como ONGs, que
não podem trabalhar com um fluxo de capital normal e não devem distribuir
lucros.
Pelo contrário, um negócio de impacto precisa ser gerido como qualquer
outro”, ela diz.
Só que, tão importante quanto a gestão financeira,
segundo a especialista, é a conexão autêntica entre o empreendedor e sua causa.
“É possível ser movido por uma paixão genuína e querer ganhar milhões também.”
Uma equipe de atendentes entre 18 e 35 anos ensina idosos a lidar com a tecnologia no
dia a dia.
Nas aulas, que custam R$ 60 por hora ou R$ 250 por mês, com
encontros semanais, eles aprendem a navegar nas redes sociais e a usar os
recursos do smartphone, entre outras lições práticas.
“Ensinamos tecnologia, mas entregamos fator humano.
A atenção exclusiva que os idosos recebem naquela tarde pode ser seu único
evento social da semana”, diz Viviane.
Até fevereiro de 2020, a Mais Vívida realizava cem
atendimentos por mês, com ticket médio de R$ 90.
Quando veio a pandemia, os atendimentos presenciais
foram inteiramente suspensos, mas aos poucos vêm sendo retomados no formato
online.
Para surpresa dos sócios, surgiu até um novo perfil de cliente.
“Se antes a faixa etária predominante era de 70 a
90 anos, agora tem aparecido gente mais nova, em torno dos 60, que precisa aprender
a usar recursos tecnológicos para trabalhar.
Uma de nossas clientes tem um
brechó com uma amiga e não sabia controlar o estoque pelo Google Drive”, conta
a empreendedora.
RADIOGRAFIA DOS NEGÓCIOS DE IMPACTO NO BRASIL
- 62% se concentram na região
Sudeste
- As áreas de atuação mais
comuns são tecnologias verdes (46%), cidadania (43%) e educação (36%)
- 54% das empresas empregam
entre duas e cinco pessoas
- 57% adotam o modelo B2B
(vendem seus produtos e serviços para outras empresas)
- A maioria (34%) fatura até
R$ 100 mil por ano
- 30% passaram por processo de
aceleração e 81% estão captando recursos entre investidores
2º Mapa de Negócios de Impacto (Pipe.Social)