O que os pequenos empresários podem esperar de 2019


Agenda econômica do governo anima empreendedores, mas entusiasmo só irá perdurar se reformas acontecerem

O otimismo cresceu entre os micro e pequenos empreendedores nos últimos meses de 2018, de acordo com pesquisas do Sebrae e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).

As eleições presidenciais, em outubro, foram determinantes para que esses empresários acreditassem na retomada da economia e no futuro dos seus negócios.

Liderada pelo economista Paulo Guedes, a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PSL) está deixando os empresários “eufóricos com a agenda neoliberal”, diz Enio Pinto, especialista em empreendedorismo do Sebrae. A reforma tributária, com redução e simplificação de impostos, é uma das medidas mais esperadas pelos pequenos empreendedores.

Segundo Luis Felipe Franco, diretor de aceleração da Endeavor, hoje os empresários perdem tempo demais com o cálculo de tributos e a falta de clareza nas regras para fazer as declarações.

Outro ponto aguardado é uma facilitação do crédito, importante para a sobrevivência e a expansão das pequenas empresas. Hoje, 36% dos pequenos empresários considera o acesso às linhas difícil, segundo estudo do SPC Brasil com a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), lançado em dezembro. 

“Os bancos pedem garantias e histórico de negociações que inviabilizam o acesso do pequeno empreendedor ao crédito. Até para empresas médias é difícil”, diz Enio.

Para Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC, essa dificuldade para conseguir financiamentos nos bancos vem da natureza das empresas pequenas. Como a taxa de mortalidade desses negócios é elevada —no estado de São Paulo, cerca de um em cada quatro fecha em dois anos—, os bancos impõem juros altos. Há ainda, explica a economista, falta de conhecimento por parte dos micro e pequenos sobre suas opções de crédito. 



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