PERSPECTIVAS DA SEMANA


Atraso adicional nos dados por causa do shutdown nos EUA mantém divisão no FOMC

 Como mencionado no Perspectiva Semanal da semana passada, a paralisação dos servidores federais nos Estados Unidos (shutdown) atrasou a divulgação de diversos indicadores econômicos. 

Na última semana, as instituições estatísticas norte-americanas confirmaram que não apenas os dados de setembro sofrerão atraso de 40 a 50 dias, mas também as divulgações de outubro e novembro serão afetadas – e, em casos extremos, poderão até ser canceladas.

Essa alteração no calendário de divulgação tem implicações importantes para a política monetária dos EUA. 

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), responsável por definir a taxa de juros, parece cada vez mais dividido sobre os próximos passos, e a ausência de dados dificulta que cada membro revise sua posição para a próxima reunião.

Em outubro, o FOMC já havia sinalizado maior divergência: houve um voto por corte de 50 pb nos Fed Funds, um por manutenção e dez por corte de 25 pb. 

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), afirmou na coletiva pós-decisão que o comitê estava, de fato, dividido e que a queda de juros em dezembro — embora precificada pelo mercado — não estava garantida. 

Desde então, várias declarações de membros do Fed reforçaram essa dispersão. Dos 12 votantes do FOMC, cinco (Schmid, Musalem, Collins, Goolsbee e Barr) demonstraram preocupação maior com a inflação e tendem a defender a manutenção dos juros. 

Outros cinco (Miran, Waller, Bowman, Williams e Cook) sinalizaram preferência por cortes — com Miran defendendo uma redução de 50 pb. 

Há muito tempo o FOMC não apresentava um quadro de divisão tão acentuado.

Diante desse cenário, a decisão final deve recair sobre Powell e o vice-presidente do FOMC, Phillip Jefferson. 

Em discurso recente, Jefferson afirmou que os riscos atuais exigem cautela e um ritmo mais gradual, o que pode indicar voto por manutenção. 

Powell, desde a coletiva de outubro, não voltou a se manifestar, mas já havia destacado que a ausência de dados poderia levar o comitê a agir com mais prudência, comparando a situação a “dirigir em neblina”. 

Assim, aumentam as chances de que os juros sejam mantidos em dezembro.

 Destaques da semana

Brasil

A agenda doméstica será marcada por dados de inflação, contas públicas e mercado de trabalho.

    Segunda-feira: FGV CPI IPC-S (3ª semana de novembro); Relatório Focus; FGV - Confiança do Consumidor (novembro); Balança Comercial Semanal.

    Terça-feira: IPC-Fipe (3ª semana de novembro); Conta Corrente (outubro).

    Quarta-feira: Dívida Pública Federal (outubro); Dados de Crédito (outubro); IPCA-15 (novembro).

    Quinta-feira: IGP-M (novembro); Caged (setembro).

    Sexta-feira: Resultado Primário (outubro); Taxa de Desemprego (outubro).

Estados Unidos:

A agenda da semana será marcada por dados de atividade, inflação e mercado de trabalho, além da divulgação do Livro Bege do Fed. O calendário de divulgações será antecipado devido ao feriado de Ação de Graças, celebrado na quinta-feira (27/11).

    Segunda-feira (24): Índice de Atividade Nacional do Fed Chicago (outubro); Sondagem Industrial do Fed Dallas (novembro).

    Terça-feira (25): Vendas no Varejo (setembro); Índice de Atividade de Serviços do Fed Filadélfia (novembro); PPI (setembro); FHFA - Índice de Preços de Casas (setembro); Venda de Casas Pendentes (outubro); Índice de Atividade da Indústria de Richmond (outubro); Confiança do Consumidor (novembro); Estoques do Atacado (agosto); Índice de Atividade de Serviços do Fed Dallas (novembro).

    Quarta-feira (26): MBA - Pedidos de Hipotecas (3ª semana de novembro); Pedidos de Seguro Desemprego (novembro); Encomendas de Bens Duráveis (setembro); Chicago PMI (novembro); Livro Bege; Indicador Antecedente (setembro).

    Quinta-feira (27): Feriado de Ação de Graças.

    Sexta-feira (28): Sem indicadores relevantes previstos.

Europa

Na Zona do Euro e Reino Unido, a semana trará dados de clima de negócios, atividade, inflação e confiança, além de diversos discursos de membros do Banco Central Europeu (BCE).

    Segunda-feira: IFO - Pesquisa de Clima de Negócios da Alemanha (novembro); discursos de Piero Cipollone, Christine Lagarde e Joachim Nagel (BCE).

    Terça-feira: PIB da Alemanha (3º trimestre); discursos de François Villeroy de Galhau, Gabriel Makhlouf, Olaf Sleijpen e Piero Cipollone (BCE).

    Quarta-feira: discursos de Madis Müller, Boris Vujčić, Philip R. Lane e Christine Lagarde (BCE).

    Quinta-feira: GfK - Confiança do Consumidor da Alemanha (dezembro); Confiança do Consumidor da Zona do Euro (novembro); discurso de Luis de Guindos (BCE).

    Sexta-feira: Vendas no Varejo da Alemanha (outubro); expectativas de 1 e 3 anos do BCE (outubro); CPI da Alemanha (prévia de novembro).

Ásia

Na Ásia, o foco se volta para os indicadores de inflação e atividade do Japão, e para os dados de lucros industriais da China.

    Quarta-feira: PPI Serviços do Japão (outubro); Pedidos de Máquinas do Japão (outubro); Indicador Antecedente do Japão (setembro).

    Quinta-feira: Lucros Industriais da China (outubro).

    Sexta-feira: CPI de Tóquio (novembro); Vendas no Varejo do Japão (outubro); Produção Industrial do Japão (prévia de outubro); Taxa de Desemprego do Japão (outubro); Construção de Novas Casas do Japão (outubro).



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