Grandes bancos perderam monopólio dos meios de
pagamentos, diz presidente do BC.
Segundo
Campos Neto, a digitalização também permitiu maior capilaridade às instituições
menores e abriu as plataforma.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto,
afirmou que os grandes bancos perderam monopólio com a
digitalização do sistema financeiro, especialmente no mercado de pagamentos.
O titular do BC participou, nesta segunda-feira
(12), de reunião virtual de bancos centrais ibero-americanos, promovida pelo
Banco de Espanha.
Segundo ele, cinco pilares sustentavam a hegemonia dos bancos tradicionais:
capilaridade, com grande quantidade de agências, plataformas fechadas,
concentração de meios de pagamentos, capacidade de alavancagem –expressão usada
para definir o quanto o banco consegue emprestar com os recursos disponíveis– e
monopólio de dados.
Segundo Campos Neto, a digitalização também
permitiu maior capilaridade às instituições menores e abriu as plataformas,
permitindo que o cliente adquira produtos financeiros fora do banco com o qual
tem relacionamento.
"Os cinco pilares já não existem mais. Os
bancos maiores ainda têm capacidade de balanço [para alavancar], mas as
fintechs avançaram muito nisso.
Então, sobrou o monopólio de dados como barreira de
entrada", afirmou.
Ele ressaltou que o open banking, ou sistema financeiro aberto,
dará ao consumidor mais poder sobre seus dados.
O novo sistema, que começou a ser implementado no
início deste ano no Brasil, abrirá caminho para que o consumidor possa
compartilhar seus dados e escolher produtos financeiros mais vantajosos em uma
única plataforma.
Além disso, Campos Neto ressaltou que o novo sistema de
pagamentos instantâneos, o Pix, teve maior adesão que o esperado em seis meses
de funcionamento.
“Já são mais de 170 milhões de chaves Pix e 75% dos brasileiros
já utilizaram o sistema.
Esperávamos alcançar de seis meses a um ano os números
que alcançamos em três dias [de funcionamento]”, disse.
"Não é uma competição entre bancos e fintechs, acho que é
mais que isso.
É uma integração entre sistema financeiro e mídias
sociais", disse.
FOLHA DE SÃO PAULO