LONGEVIDADE


A depressão atinge um grande número de idosos, alerta o Hospital das Clínicas da USP.

A depressão é quatro vezes mais comum entre idosos que relatam se sentirem sempre sozinhos – e o risco de desenvolver a doença dobra pelo simples fato de morar só. As informações são de pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicada agora.

Segundo os pesquisadores, a relação entre solidão e depressão já é bem documentada, com sentimentos comuns a ambos, a exemplo da percepção negativa das interações sociais e do senso antecipado de rejeição. 

Já a idade pode refletir experiências de vida como viuvez e aposentadoria. Segundo outras pesquisas, em mulheres, a maior expectativa de vida e a presença de doenças mentais associa-se à maior probabilidade de solidão.

O tema se torna ainda mais relevante ao considerar o cenário de envelhecimento da população brasileira. 

“Com os resultados pode-se pensar no planejamento e na implementação de intervenções que busquem prevenir a solidão nos indivíduos adultos, compreendida hoje como um problema de saúde pública”, sugere uma das pesquisadoras,

De fato, os especialistas alertam que os cuidados com a saúde mental dos idosos também devem fazer parte da rotina de avaliação em saúde. 

De acordo com a psicogeriatra Julia Loureiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a depressão atinge uma parcela grande de idosos

A condição está associada às diversas situações de perdas, incluindo bens materiais, amigos, mobilidade e qualidade de vida.

“Em muitos casos, as pessoas não se preparam para essas perdas e para essa diminuição de ritmo. A gente observa que há um esvaziamento da vida”, alerta a especialista.

Já outra pesquisa mostra que os mais longevos podem ao menos contar em maior número com o respaldo dos planos de saúde. 

Nos últimos dez anos, entre dezembro de 2013 e o mesmo mês de 2022, o número de adesões a planos de saúde de idosos acima de 60 anos cresceu 26,6% - passou de 5,7 para 7,2 milhões, registro recorde. 

As informações são do novo estudo do IESS intitulado “Evolução do Número de Idosos em Planos de Saúde no Brasil nos últimos 10 anos”.

A análise revela que o grupo etário com 80 anos ou mais foi o que mais cresceu no período (33,5%) – eram 955,5 mil, em 2013, e saltou para 1,3 milhão, em 2022.  

Na sequência, aparece a faixa entre 70 e 79 anos, que passou de 1,7 milhão para 2,2 milhões (31,3%). 

A maior prevalência entre pessoas com 60 ou mais anos de idade (59%) dos planos é do sexo feminino, correspondente a 4,3 milhões de vínculos. 



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