Crise
de confiança fiscal mexe mais com títulos públicos.
A
desconfiança com os rumos das contas públicas do governo chegou ao chamado
“porto seguro” da dívida brasileira, as LFTs – papéis atrelados à taxa Selic, a taxa básica de juros, considerados de menor risco para os
investidores e que lastreiam os fundos de curto prazo (DI).
Para
comprar esses títulos, os investidores passaram a pedir uma remuneração acima
da Selic. Esse adicional já bateu em 0,42% ao ano, o equivalente a 42
pontos-base.
Segundo
analistas, esse é mais um exemplo dos sinais de deterioração dos indicadores do
mercado financeiro diante da falta de resposta do governo e do Congresso à
trajetória de aumento da dívida pública.
O estresse no mercado de LFTs se segue
à forte desvalorização do real, ao aumento dos juros futuros e ao encurtamento
dos prazos da dívida pública.
O
Tesouro e BC anunciaram mudanças na oferta de títulos públicos federais e
nas operações compromissadas, diante da maior demanda do mercado financeiro por
instrumentos de curto prazo.
De
um lado, o BC fixou um limite máximo de R$ 600 bilhões a ser aceito no leilão
de rolagem da operação compromissada com vencimento em 29 de outubro, ante um
valor financeiro de retorno estimado em R$ 981 bilhões.
As demais condições do
leilão permanecem inalteradas.
De
outro, o Tesouro vai oferecer papéis de prazo mais curto. Em comunicado, o
órgão anunciou que deixará de ofertar a Letra Financeira do Tesouro (LFT),
atrelada à Selic, com vencimento em março de 2023.
A partir de 15 de outubro de
2020, passará a ser ofertada a LFT com vencimento em março de 2022.
Além disso,
também haverá oferta da Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B), indexada
à inflação, com vencimento em maio de 2023 nas seguintes terças-feiras:
20/10/2020, 03/11/2020, 01/12/2020 e 15/12/2020
VALOR ECONÔMICO