Mudanças no mercado de trabalho exigem planos de benefícios flexíveis e
mais educação financeira
"O desenvolvimento de novos planos de previdência pelas EFPC devem
focar em flexibilidade, transparência, personalização e educação financeira
diferenciada por gerações e classes.
Será necessário utilizar novas tecnologias
para garantir um serviço de qualidade”, afirma o professor e pesquisador do
IDP, José Roberto Afonso, que coordena o estudo Futuro da Previdência –
Tendências no Mercado de Trabalho, realizado pela Finance Estudos e
Pesquisas.
O estudo revela mudanças estruturais significativas nas relações
trabalhistas no Brasil e no mundo.
Uma delas advém do fato de que menos pessoas
trabalham em empregos formais com carteira assinada e salário fixo.
Segundo
Afonso, atualmente, cerca de 39% dos cem milhões de brasileiros ocupados são
empregados com carteira assinada.
Do total, apenas 5% recebem acima do teto
previdenciário, ou seja, representam a parcela que pode se interessar pela
adesão à previdência complementar.
Além disso, muitos trabalhadores informais, autônomos e empreendedores
não contribuem para a previdência social ou o fazem sobre valores bastante
inferiores ao que ganham”, avalia.
Em função disso sua renda futura na
aposentadoria será fortemente impactada, ficando bem abaixo do padrão mantido
durante o período de atividade.
Embora a tendência de trabalhar por mais tempo ajude a reduzir o passivo
atuarial, ela ocorre em um contexto de redução da mortalidade e da entrada de
novos trabalhadores no sistema previdenciário.
“Os cálculos atuariais já estão
sendo revistos e atualizados, diante dessas novas tábuas demográficas.
O
planejamento estratégico da previdência complementar é mais uma vez pressionado
a buscar novos rumos e traçar novas diretrizes, sobretudo para alargar o número
de contribuintes”, alerta.
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