MERCADO CONSUMIDOR


Brasileiro mudou na pandemia e quer que marcas mudem também, diz pesquisa.

Segundo Accenture, 71% disseram que crise os fez repensar propósito de vida e reavaliar o que é importante.

Metade dos consumidores em todo o mundo dizem que a pandemia os fez rever totalmente seu propósito de vida e o que é realmente prioridade para eles. 

Um terço se considera em meio ao processo de mudança de valores. Já para 17%, nada mudou.

Quem reviu a sua vida a partir da pandemia de Covid-19 são os consumidores “reimaginados”, na definição da consultoria multinacional Accenture, que promoveu uma pesquisa com 25,4 mil pessoas em 22 países, incluindo o Brasil.

O levantamento Global Consumer Pulse (Pulso do Consumidor Global) identificou que essa mudança de paradigmas se transfere para as decisões de consumo.

“Qualidade e preço continuam sendo muito importantes. Mas este consumidor reimaginado começa a considerar outros fatores nas suas decisões de compra”, diz Marina Pires, diretora executiva da divisão Interactive da Accenture.

Na lista de 22 mercados, o Brasil, ao lado da Índia, é o país com o maior percentual de consumidores reimaginados: 71%, contra 50% da média global. 

Aqui os consumidores em transição somam 21% e os “tradicionais”, para quem nada mudou, são apenas 8%.

No levantamento, consumidores brasileiros disseram que estão valorizando mais o tempo com a família, os amigos e as pessoas que eles amam. 


“A pandemia acelerou comportamentos que já estavam emergindo”, diz Marina.

Quando um consumidor diz que prefere gastar mais tempo fazendo outras coisas do que compras, por exemplo, significa que ele quer conveniência e as empresas precisam estar preparadas para isso”, afirma a executiva. 

A maioria dos consumidores reimaginados (72%) espera que as empresas entendam que suas necessidades e objetivos mudaram.

Um dos pontos que mais chamou a atenção na pesquisa foi o desejo desse consumidor reimaginado de as marcas assumirem um protagonismo social. 

“A maioria disse que trocaria de fornecedor se percebesse que a marca não produz um impacto positivo na sociedade”, diz Marina.

“E isso se mostrou ainda mais relevante no Brasil”.

Quanto à confiança e reputação, as pessoas querem saber se as empresas estão fazendo o melhor para elas e não apenas para o seu negócio, afirma a executiva. 

“Os consumidores perguntam: 'Posso confiar em você? Você defende as coisas que diz que defende?'”, diz.

“Com as redes sociais e a comunicação em tempo real, chegou o momento em que a reputação de uma empresa deixou de depender do marketing. Agora ela precisa mostrar o que faz de concreto”.



FOLHA DE SÃO PAULO
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