Com a economia instável e
o país passando por um momento financeiro delicado, muitas pessoas acabam não
conseguindo honrar suas dívidas e entram para o cadastro de maus pagadores. No
entanto, uma ferramenta que ajuda o cidadão a não entrar nesse buraco ou a sair
dele é a educação financeira, que, nada mais é do que saber administrar suas
finanças. A tarefa não é fácil, mas com esforço e foco é possível passar de ano
nessa matéria.
É preciso ter
discernimento para ganhar, gastar, poupar e investir o dinheiro da melhor forma
possível. É saber como agir e o que fazer com o dinheiro. Essa matéria deve ser
aprendida desde a infância, assim as crianças de hoje já crescem com a
responsabilidade financeira na cabeça, e, amanhã, se tornam adultos mais
financeiramente educados, ou seja, sabendo utilizar melhor seus recursos.
De acordo com a Pesquisa
Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de
famílias endividadas e inadimplentes cresceu na passagem de janeiro para
fevereiro. O número de famílias com dívidas passou de 55,6 em janeiro para
56,2% em fevereiro. O estudo mostra que também aumentou o percentual de
famílias que não conseguirão pagar suas dívidas: saltou de 9,3% para 9,8% no
mesmo período.
Um dos principais
instrumentos para uma educação financeira eficaz é o planejamento. Por meio
dele é possível definir objetivos, prioridade e fixar metas de curto, médio e
longo prazos, adequando seu padrão de vida e limitando gastos à renda familiar.
Claro que exige disciplina, desapego e desprendimento, pois muitas vezes é
necessário cortar os passeios de fim de semana, a viagem de férias, a roupa
nova enfim, mas o resultado vale a pena. Alguns pilares permeiam o sucesso da
educação financeira: identificar os gastos mensais, fixos e variáveis; não
gastar mais do que recebe; identificar e banir gastos desnecessários; e não
assumir dívidas que não conseguirá pagar.
Outro destaque é a confecção de uma planilha, ela ajuda na hora de
comparar a receita e a despesa, mês a mês. Com isso, é possível ter
noção de como está o andamento das finanças, se está conseguindo equilibrar as
contas e sair do vermelho. O endividamento traz consequências como perda de
emprego; venda de bens; falta de dinheiro para necessidades básicas; crédito a
juros altos, no caso de bancos, entre outras. É sempre importante lembrar que
nas cooperativas de crédito as taxas de empréstimo, financiamento, cartão de
crédito e outros produtos é bem inferior ao sistema financeiro tradicional, ou
seja, uma opção mais acessível para quem quer resolver pendências financeiras.
Fernando Fagundes, CEO da Unicred / Portal do Cooperativismo Financeiro