Trabalhador brasileiro quer mais home office do que
as empresas querem dar.
Estudo feito em 27
países também aponta que funcionários trocariam parte do salário por mais dias
em casa.
Brasileiros
gostariam, em média, de trabalhar 2,3 dias em casa na reabertura após a
pandemia, mas, também em média, seus empregadores pretende adotar apenas 0,8
dia de home office.
Os dados são do estudo Working from Home Around the World (Trabalhando em casa
ao redor do mundo), feito por seis pesquisadores, entre eles o professor do
Departamento de Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, Nicholas
Bloom.
O Brasil (ao lado
do Egito) é o país em que a distância é maior entre o que os trabalhadores
desejam e o que as empresas estão dispostas a ofertar em dias fora do
escritório.
Em média, as
pessoas estão trabalhando hoje 1,5 dia em casa (sendo 1,7 no Brasil).
Os países
asiáticos concentram os maiores e menores indicadores: na Índia, esse patamar
chega a 2,6 dias e é mais baixo na Coreia do Sul (0,5 dia).
Bloom afirma que os estudos mostram que em diferentes países esses funcionários
trabalham de forma mais produtiva em casa, são mais felizes e têm
menos vontade de deixar a empresa.
"Empregadores
estão adotando o home office não por serem obrigados, mas por isso gerar lucro.
O melhor impulsionador do trabalho remoto é o fato de melhorar os resultados
financeiros da empresa."
Ele diz que as companhias nos Estados Unidos e na Europa tendem a ser mais
abertas ao trabalho em casa.
"Na América do Sul, ainda estão um pouco
atrás. Um fator é a cultura, outro é a estrutura de moradia —é preciso ter
espaço físico, principalmente para um casal poder trabalhar em casa."
FOLHA DE SÃO PAULO