Itaú Unibanco prevê recessão no Brasil em 2022.
Banco
projeta queda de 0,5% no PIB do próximo ano; estimativa anterior era de avanço
de 0,5%.
Em um contexto de ruídos fiscais e juros mais altos, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve
cair 0,5% em 2022.
A estimativa de recessão é do Itaú Unibanco, que revisou
suas projeções econômicas nesta segunda-feira (25).
O quadro de dificuldades também tende a gerar inflação e desemprego mais altos no próximo ano,
conforme o banco.
A previsão anterior do Itaú indicava avanço de 0,5%
no PIB de 2022. A reversão no cenário ocorre em meio ao aumento de incertezas
na área fiscal, diz a instituição.
Essas dúvidas ganharam corpo na semana passada,
com a intenção do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de driblar o teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400, entre
outras despesas, como emendas.
Na visão do Itaú, o cenário deve provocar maior depreciação do
real frente ao dólar.
Isso tende a pressionar a inflação e, como consequência,
a taxa básica de juros (Selic).
Nesta quarta (27), o Copom (Comitê de Política Monetária do BC)
deve anunciar uma nova alta na taxa. O Itaú projeta aumento de 1,5 ponto
percentual na Selic na próxima reunião, para 7,75% ao ano, e uma nova alta de
1,5 p.p. em dezembro.
Assim, a taxa encerraria 2021 em 9,25% ao ano.
A previsão
anterior era menor, de 8,25%. No primeiro trimestre de 2022, a Selic deve
chegar a 11,25%, conforme o banco.
Segundo a instituição, a retração da atividade
econômica deve provocar impactos no mercado de trabalho, com aumento da taxa de desemprego.
O banco passou a prever taxa de desocupação de
13,3% no próximo ano. A estimativa anterior era de 12,6%.
FOLHA DE SÃO PAULO