Processos contra planos de saúde
crescem e justiça paulista cria núcleo de conciliação.
Operadoras
perdem na maioria dos casos, segundo desembargadora responsável pelo projeto.
Diante
do aumento de ações judiciais contra planos de saúde, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São
Paulo) lançou um novo programa de conciliação entre operadoras e clientes.
A
iniciativa busca estimular os acordos para encerrar processos em andamento e
evitar a abertura de novos litígios.
Dados do TJ-SP indicam crescimento da judicialização contra
operadoras de saúde suplementar.
De
janeiro a outubro de 2023, o judiciário paulista recebeu 18.628 novas ações,
número que supera em 17% o volume registrado no mesmo período do ano passado.
"A
cada 25 minutos, o judiciário paulista recebe uma nova ação contra plano de
saúde", afirma a desembargadora Maria Lúcia Pizzotti, coordenadora do
Nupemec (Núcleo Permanente de Mediação) do tribunal e responsável pela
coordenação do projeto.
Negativa
de cobertura assistencial, reajustes abusivos e recusas de pedidos de
medicamentos ou cirurgias estão entre as principais razões para as disputas na
Justiça.
Segundo a magistrada, em 90% dos casos as empresas saem derrotadas no
final do processo.
"É
um processo longo, caro e que normalmente enseja perícia médica, então tudo
fica muito complicado.
Isso vem a trazer um custo muito alto para as empresas
de planos de saúde e uma não resposta para o consumidor, porque enquanto o
processo está tramitando ele não tem resposta e às vezes são procedimentos
emergenciais", diz Pizzotti.
A
conciliação poderá ser solicitada tanto por clientes quanto por empresas por
meio de uma plataforma no site do TJ-SP.
Em seguida, o setor de solução de conflitos do judiciário agendará uma sessão
virtual com a presença de um mediador especializado em casos de saúde.
O
Nupemec recebeu 17 pedidos para agendamento de sessões desde o lançamento do
programa, em 16 de novembro.
FOLHA DE SÃO PAULO