O
terceiro maior fundo de pensão da Austrália está se aventurando cada vez mais
longe, em linha com outros investidores que buscam refúgio em países como o
Brasil em meio ao mais difícil cenário de investimentos para os mercados
globais já enfrentado pela empresa.
Brad
Holzberger, um ex-oficial do Exército de 60 anos e chefe da área de gestão de
recursos do QSuper Ltd., está comprando títulos em reais além de montar
posições em títulos atrelados à inflação nos Estados Unidos, disse em
entrevista. Pela primeira vez desde 2007, o gestor está novamente mergulhando
em crédito, favorecendo swaps em spreads de crédito para seu fundo, que
administra cerca de 62 bilhões de dólares australianos (US$ 46 bilhões) em
ativos para funcionários do governo de Queensland.
O QSuper
alerta que a disparada dos preços de vários ativos como ações, bonds e
commodities em 2016 reduziu a chance de altos retornos de investimento nos
próximos anos. Bonds que oferecem retorno mais alto em mercados emergentes
contrastam com retornos perto de zero descontada a inflação em economias
avançadas, atraindo firmas de investimento como BlackRock Inc. e Amundi Asset
Management. O QSuper agora avalia se reduz sua meta de retorno, que já caiu
para 3,5 por cento por ano.
"Todos os ativos no mundo parecem [oferecer] uma
fraca relação risco-retorno para nós", disse Holzberger, diretor de
investimentos do QSuper, em uma entrevista por telefone de Brisbane. "Os
resultados nos mercados têm sido materialmente acima do que esperaríamos e,
simplesmente, porque estamos antecipando os retornos futuros. Por isso, a reação
lógica e natural é diminuir as expectativas."
UOL