Ex-Braskem terá que pagar fiança de R$ 122 mi e
usar tornozeleira eletrônica nos EUA
José Carlos Grubisich foi preso no dia 20 de
novembro em Nova York.
O ex-presidente da Braskem José
Carlos Grubisich precisa pagar uma fiança de US$ 30 milhões (R$ 122
milhões) para deixar a unidade prisional no Brooklyn, em Nova York. Ele está preso desde o dia 20 de novembro.
O
pagamento deve ser feito entre esta quinta-feira (12) e a sexta-feira (13).
Assim que sair, ele passará a cumprir prisão domiciliar com o uso de
tornozeleira eletrônica. Para isso, a família já alugou um apartamento em Nova
York.
O executivo foi acusado de ser o responsável pela criação do caixa dois
da companhia.
As informações estão nos acordos de leniência da Braskem que foram
firmados com autoridades brasileiras e americanas.
A Braskem, controlada pelo grupo Odebrecht, é uma das maiores petroquímicas das
Américas e tem capital aberto em Bolsa.
Hoje, a Odebrecht tem 38,3% da Braskem,
enquanto a Petrobras tem 36,1%. Os 25,5% restantes estão nas mãos de
minoritários.
Documentos da Justiça dos Estados
Unidos e do Brasil indicam que US$ 250 milhões em propinas movimentadas pela
Braskem foram depositados em contas bancárias da petroquímica no Brasil, em
Nova York e na Flórida.
No Brasil, no entanto, ele nunca foi
denunciado.
Nos
Estados Unidos, Grubisich foi denunciado pelo DoJ (Departamento de Justiça
americano, na sigla em inglês) em fevereiro deste ano, mas em segredo de
Justiça, e preso só na última quarta-feira (20) ao entrar no país.
A fiança foi estipulada pelo pelo juiz federal Steven M. Gold,
do Brooklyn.
O magistrado já havia recusado uma oferta de pagamento de fiança
de US$ 5 milhões apresentada pela defesa de Grubisich.
O valor foi considerado muito baixo, já que de acordo com as
autoridades, o executivo possui um patrimônio de cerca de US$ 65 milhões.
FOLHA DE SÃO PAULO