Entra
em vigor hoje mas sanções só daqui a 1 ano.
Mas Procon e Ministério Público
poderão fiscalizar e punir desde já conforme as regras do Código de
Direitos do Consumidor e outras normas.
O
Senado Federal aprovou o texto da Medida Provisória (MP) 959/2020, mas removeu
o artigo que prorrogava o início da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD) para 1º de janeiro de 2021.
O presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, rejeitou o artigo 4º da MP, que visava adiar a lei para o início do
ano que vem, como justificativa que a matéria já havia sido votada no plenário
do Senado meses atrás.
Com a rejeição do artigo, a LGPD passa a vigorar a
partir desta quinta-feira (27).
O texto não precisa voltar para
a Câmara dos Deputados e segue direto para sanção presidencial. A medida foi
votada às pressas porque perderia validade.
O texto original da MP, editada
em abril pelo presidente Jair Bolsonaro, previa o adiamento da lei para maio de
2021.
Após uma emenda ao texto, feita pelo deputado Evair Vieira de Melo
(PP-ES), a Câmara dos Deputados havia definido que a LGPD passaria a valer no
dia 1º de janeiro.
Apesar da vigência da lei a
partir de amanhã, as sanções estabelecidas na LGPD serão aplicadas apenas a
partir de agosto de 2021.
A lei prevê advertências, multas que variam de 2% do
faturamento anual da empresa até R$ 50 milhões, e a proibição total ou parcial
de atividades relacionadas ao tratamento de dados.
Mas ainda que as sanções previstas
na LGPD comecem em agosto de 2021, as empresas devem se preocupar porque órgãos
como Procon e Ministério Público já podem fiscalizar o cumprimento da lei e
aplicar sanções previstas em outras normas, como as do Direito do Consumidor.
“Embora senadores tenham argumentado que a vigência imediata da LGPD não
traz risco às empresas, em razão do adiamento das sanções pelo poder público,
isso é um engano.
Autoridades como Ministério Público, Procon e outras podem
aplicar a LGPD por meio de processos administrativos ou judiciais à empresas
que supostamente violem a LGPD”, explica Rafael Simões, advogado especialista
em direito empresarial e diretor jurídico da fintech Rebel.
VALOR ECONÔMICO