Os
parentes de mais de 2,5 milhões de participantes dos 307 fundos de previdência
fechada do país— planos criados por empresas e voltados exclusivamente aos seus
funcionários — também terão a oportunidade de aderir aos fundos complementares.
A ideia faz parte da estratégia da Associação Brasileira de Entidades Fechadas
de Previdência Complementar (Abrapp), que pretende criar, até agosto deste ano,
um plano setorial no qual os familiares poderão aderir ao sistema, com regras
mais flexíveis, que não exigirão poupança todos os meses.
A
estimativa da Abrapp é que, com o lançamento desse plano, o número de
participantes dobre de 2,5 milhões para 5 milhões (passando dos atuais 2,3% da
população economicamente ativa para 5%) no médio prazo, tornando-se nos próximos
10 ou 15 anos, o maior fundo da categoria no país. De acordo com a Abrapp, caso
as federações de indústria e comércio, centrais sindicais, organizações
cooperativas, e associações de classe e setoriais, dentre outras, decidam
apoiar a ideia, facilmente estará consolidado um poderoso veículo para captação
de poupança interna estável — fundamental para os projetos de longo prazo que
sustentam o desenvolvimento do país.
— O
momento é bom para a criação desse fundo. Nós temos a reforma da Previdência,
que ainda não está totalmente definida, mas sabemos que elevará o tempo de
contribuição e dificultará o acesso à aposentadoria. Assim, a necessidade de
poupança será muito maior. Desta forma, ampliar os fundos fechados a parentes
será uma boa forma de incentivar a previdência complementar, com regras mais
flexíveis e menos burocráticas — explica Luiz Brasizza, vice-presidente Abrapp.
PLANO
AINDA NÃO SAIU DO PAPEL
Com a
criação do plano, os fundos de pensão (como Petros, de funcionários da
Petrobras; e Previs, do Banco do Brasil) que aderirem poderão abrir a
possibilidade de cônjuges e filhos entrarem nos planos fechados. Há um ano, a
possibilidade de sindicatos e federações instituírem planos para receber além
de funcionários da empresa, também seus dependentes, está regulamentada pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar. Mas a mudança não saiu
do papel.
Segundo
o diretor da Comissão Técnica Nacional de Investimentos da Abrapp, Guilherme
Leão, a rentabilidade da previdência fechada pode ser até 40% maior que a da
aberta, porque, ao contrário dos planos de previdência complementar aberta —
comercializados por bancos e seguradoras e que podem ser adquiridos por
qualquer pessoa — não têm fim lucrativo e foco em mercado.
G1