Fundo de pensão contra o uso excessivo de celulares por jovens e adolescentes


Uma década após o primeiro iPhone ser lançado, dando início à era dos smartphones, investidores da gigante Apple escreveram uma carta aberta à companhia pedindo que ela crie ferramentas que combatam o vício de crianças e adolescentes em celulares. Na liderança dos acionistas que pleiteiam isso da empresa estão o Fundo de Pensão dos Professores do Estado da Califórnia - CalSTRS  e Jana Partners LLC, esta última com sede em Nova York, investidores que somados possuem US$ 2 bilhões em ações da Apple.

Esses dois acionistas, que estão liderando os demais, chamaram a atenção para um extenso número de pesquisas científicas que mostram os efeitos negativos do mau uso dos dispositivos eletrônicos pelos pequenos. Entre os problemas mais comuns estão a ansiedade, depressão, irritabilidade, perda de qualidade do sono e a baixa concentração.

Os investidores pedem que a empresa reconheça a sua responsabilidade na formação dessas crianças e jovens, tomando medidas como a criação de um comitê de especialistas no desenvolvimento infantil e mudanças nos softwares que permitam ao pais tenham mais opções para proteger os seus filhos.

“Há um consenso em todo o mundo, incluindo o Vale do Silício, de que as possíveis consequências a longo prazo das novas tecnologias devem ser avaliadas desde o início e nenhuma empresa pode escapar dessa responsabilidade”, dizem o fundo de pensão e a empresa de Nova York em um trecho da carta. Entre os estudos usados para embasar o documento, há um que revela que adolescentes que passam 3 horas ou mais por dia usando dispositivos eletrônicos apresentam 35% mais chances de terem um fator de risco que os leve ao suicídio, em comparação com aqueles que os utilizam por no máximo 1 hora.

Já crianças e adolescentes que passam 5 ou mais horas por dia mexendo nesses aparelhos são 51% mais propensos a ter menos de 7 horas de sono.

“O fundo de pensão da Califórnia e a empresa de NY não estão criticando a Apple e pedindo para ela corrigir o problema, mas sim para ao menos ajudar os pais e educadores a lidarem com isso”, afirma Michael Rich, fundador e diretor do Hospital de Boston e professor de pediatria da Escola Médica da Universidade de Harvard.



O GLOBO
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