Governo abre parte
de dados em sigilo e anuncia economia maior com PEC. Ao refazer os cálculos do
impacto da reforma da Previdência, a equipe economia
aumentou a estimativa de corte de despesas públicas em dez anos. A projeção
passou de R$ 1,072 trilhão para R$ 1,236 trilhão.
A mudança se deu,
segundo o governo, porque o cálculo anterior previa uma década a partir de
2019. No atual, o governo estima impacto a partir de 2020, contemplando o tempo
de tramitação do texto no Congresso.
O governo estima
que a retirada de itens considerados mais difíceis ainda permitiria uma
economia de cerca de R$ 900 bilhões em dez anos com a
PEC (Proposta de Emenda à Constituição).
O aumento no valor
da projeção causou estranheza entre especialistas de contas públicas. A
avaliação é que o governo pode ter incluído algumas "gordura" para
fins de negociação política, uma vez que vários itens da reforma terão de ser
negociados na comissão especial.
As contas abertas
nesta quinta mostram que, se a aposentadoria rural, o BPC, o abono salarial e a
previdência de professores forem retirados da proposta, o governo conseguirá
manter a meta de economizar, pelo menos, R$ 800 bilhões, de acordo com o
presidente Jair Bolsonaro (PSL).O ministro Paulo Guedes (Economia) defende que
a economia não pode ser inferior a R$ 1 trilhão em dez anos.
Para o secretário
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, "a
fala do presidente foi no sentido de respeitar o Parlamento brasileiro".
Cabe ao Congresso examinar a proposta de reforma e fazer alterações no texto.
FOLHA DE SÃO PAULO