Conselho aprova assembleia para trocar presidente
na Petrobras e promete zelar por preços.
Colegiado
defendeu ainda que os mandatos da diretoria atual sejam cumpridos até o fim, no
dia 20 de março
Em sua primeira reunião após anúncio de que o governo quer trocar o comando da companhia,
o conselho de administração da Petrobras aprovou nesta terça (23) a convocação
de assembleia de acionistas para votar a substituição de Roberto Castello
Branco pelo general Joaquim Silva e Luna.
Em nota distribuída após a reunião, o conselho
frisou que “continuará a zelar com rigor pelos padrões de governança da
Petrobras, inclusive no que diz respeito às políticas de preços de produtos da
companhia", em um recado contra tentativas de interferência do governo.
Apesar de negar interferências na política de
preços, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito críticas à gestão
Castello Branco, especialmente aos últimos reajustes nos preços dos
combustíveis, desde que anunciou o desejo de trocar o comando da estatal.
Com a saída de Castello Branco do conselho, outros
sete conselheiros também serão ser destituídos, já que todos foram eleitos de
forma conjunta em 2020.
Assim, a assembleia, que ainda não foi agendada, vai
eleger oito novos conselheiros para a companhia.
O governo já avisou à Petrobras, porém, que quer
reconduzir os executivos que ocupam atualmente as vagas da União no colegiado,
excluindo a de Castello Branco, que será substituído por Silva e Luna.
Na reunião, que durou cerca de dez horas, Castello
Branco se queixou ao conselho da maneira como sua substituição foi anunciada,
primeiro com declarações públicas de Bolsonaro e depois em uma publicação do
presidente da República em uma rede social.
Recebeu o apoio dos conselheiros, principalmente
aqueles menos alinhados ao governo — entre as indicações feitas pela União, há
dois militares e seis executivos ligados ao mercado, com experiência na atuação
em conselhos de administração.
Neste sentido, o conselho de administração
registrou no comunicado enviado à CVM apoio ao cumprimento integral do mandato
da diretoria vigente, que vence no dia 20 de março.
FOLHA DE SÃO PAULO