PLANOS DE SAÚDE 1


Usuários de planos de saúde empresarial gastam menos do que os clientes de convênios médicos individuais. Ainda assim, reajustes do preço do plano empresarial têm sido bem superiores nos últimos anos. 

No acumulado entre 2015 e 2018, o custo médico-hospitalar da modalidade empresarial subiu 73% e o reajuste médio aplicado ficou em 84%. Já no individual, o custo teve uma alta variação de 96,2% e o aumento de preço foi de 61%.

Nesse mesmo período, o índice que mede a variação dos preços dos planos de saúde (IPCA/IBGE) subiu 60,7% - mesmo patamar dos convênios individuais, cujos reajustes são controlados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Os dados dos custos do plano de saúde empresarial - benefício concedido por companhias a seus funcionários - foram levantados pela consultoria Mercer Marsh que pesquisou uma base com 1 milhão de beneficiários. 

O mercado como um todo tem 31,8 milhões de usuários de planos empresariais. Em relação aos individuais, as informações sobre o reajuste são da ANS. 

Já os dados dos custos são apurados pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), órgão ligado às operadoras, que acompanha uma carteira com 880 mil beneficiários.

A desproporção entre os indicadores divulgados pelo IESS, ANS e IBGE joga luz sobre os critérios adotados para calcular o reajuste do plano de saúde e levanta questionamentos sobre qual desses indicadores é o correto. 

"Olhando esses números, alguém poderia facilmente dizer que o IESS, que é ligado às operadoras, tem interesse numa inflação médica mais alta, a ANS teria um viés político e puxaria o mesmo indicador para baixo e o IPCAPlanos de Saúde mede seu indicador com base nos reajustes da ANS. 

O fato é que todos não podem estar certos ao mesmo tempo com tanta oscilação observada na medição do mesmo índice", disse Luiz Feitoza, sócio da consultoria Arquitetos da Saúde. 

"Defendo que as empresas pagadoras dos planos de saúde criem seus próprios indicadores e referências de reajuste a fim de evitar tais distorções", complementou Adriano Londres, também sócio da Arquitetos da Saúde.

 Mariana Dias Lucon, diretora de produtos da Mercer Marsh, disse que há uma diferença relevante de custos entre as carteiras de planos empresariais e individuais porque o perfil de usuários é distinto. 

A carteira de individuais do IESS tem um público mais velho que, consequentemente, usa e gasta mais.



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