SISTEMA BANCÁRIO


Grandes bancos privados fecharam mais de 1.500 agências e pontos de atendimento em 2020.

Bradesco, Itaú e Santander sinalizam mudança no modelo tradicional e investem na digitalização.

 Itaú, Bradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, sinalizam que estão revendo seus processos mais tradicionais de operação e atendimento ao cliente. 

O movimento ocorre na esteira de uma maior adesão dos brasileiros aos canais digitais, como reação ao isolamento social, mas também como uma alternativa para a redução de custos.

O maior indicador dessa mudança é o fechamento de agências e a redução no quadro de funcionários. 

Apenas em 2020, as três instituições fecharam, juntas, mais de 1.500 agências e pontos de atendimentos. O número representa uma queda de 12% na estrutura.

enxugamento de agências não é de agora. Especialistas e analistas do mercado já projetavam a tendência de migração de áreas físicas para canais digitais, com investimentos cada vez maiores em tecnologia.

A expectativa, agora, é que o maior uso dos canais digitais durante a pandemia intensifique esse movimento. Pesquisa realizada pela federação e pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) com 3.000 entrevistados embasa essa percepção: 60% afirmaram que passaram a usar mais os canais virtuais dos bancos com a pandemia.

Outro levantamento feito pelo Banco Central apontou que o distanciamento social e o pagamento do auxílio emergencial em 2020 aceleraram o processo de bancarização no Brasil, fazendo com que 9,8 milhões de pessoas iniciassem relacionamento com uma instituição financeira entre março e outubro.

Só o Santander encerrou o ano passado com 3.564 agências e pontos de atendimento, um redução de 7,2% na estrutura em relação a 2019. 

O banco também demitiu 3.220 funcionários no período. O quadro atual conta com 44.599 colaboradores.

O Bradesco fechou 1.083 agências em 2020 –400 delas apenas no quarto trimestre. Nesta quinta-feira (4) o presidente do banco, Octavio de Lazari, também sinalizou que estima fechar mais 450 agências em 2021, o que totalizaria um corte superior a um terço da estrutura física do Bradesco.

O banco encerrou 2020 com uma redução de 8% do seu quadro de funcionários, de 97.329 para 89.575.

O Itaú, apesar de também ter registrado demissões ao longo da pandemia, encerrou o ano com 96.540 funcionários, 1.659 a mais do que o registrado em 2019. 

De acordo com o banco, foram contratados 3.764 engenheiros e equipe de tecnologia, já incluindo os profissionais absorvidos com a compra da Zup, companhia mineira de serviços de tecnologia.

Em 2020, o banco também encerrou 167 agências e pontos de atendimento – 117 deles no Brasil. 

Segundo Maluhy, no entanto, o banco não tem planos de reduzir ainda mais a sua estrutura física.



FOLHA DE SÃO PAULO
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