Credit Suisse reduz
projeção de inflação para 2022 após medidas tributárias do governo
O Credit Suisse
reduziu sua projeção para o IPCA este ano, ao mesmo tempo em que elevou a
estimativa para 2023, em movimentos que refletem o impacto esperado das medidas
anunciadas esta semana pelo governo para reduzir a taxação federal e estadual
sobre combustíveis e outros produtos e serviços públicos.
Como resultado dos
novos cortes tributários e do dado do IPCA de maio divulgado esta manhã, que
veio abaixo do esperado pelo mercado, o banco reduziu sua estimativa de alta da
Selic na próxima semana, mas alertou para o aumento do risco para a trajetória
da taxa de juros.
"As medidas do
governo para reduzir a inflação neste ano devem ser vistas como um risco para a
trajetória dos juros futuros, dado que a potencial reversão de parte dos cortes
de impostos e maior risco fiscal devem elevar as expectativas de inflação para
2023 e 2024, anos-calendário que estarão no horizonte da política monetária nas
próximas reuniões", disse o Credit Suisse em relatório.
Em relatório, o
Credit Suisse disse que espera um "pass-through" parcial das medidas
para os preços finais este ano, ao mesmo tempo em que estima que a reversão dos
cortes tributários em 2023 vai alimentar a inflação no ano que vem e no seguinte.
A estimativa do Credit Suisse para o IPCA este ano foi reduzida de 9,8% para
7,6% e, para 2023, foi elevada de 5,1% para 5,3%.
Como resultado dos
novos cortes tributários e do dado do IPCA de maio divulgado esta manhã, que
veio abaixo do esperado pelo mercado, o banco reduziu sua estimativa de alta da
Selic na próxima semana para 50 pontos-base, de 75 pontos-base esperados
anteriormente.
"Apesar disso,
mantemos nossa projeção de que o BC continuará elevando a taxa em agosto, em 50
pontos-base, e manterá as taxas em nível alto por mais tempo", disse o
banco.
O IBGE informou
nesta quinta-feira que o IPCA desacelerou a alta a 0,47% em maio, de 1,06% em
abril, marcando a taxa mensal mais baixa desde abril de 2021 (+0,31%).
A
leitura veio abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,60%.
REUTERS